Agência Panafricana de Notícias

ONU saúda acordo a favor de referendo no Sudão

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- O enviado das Nações Unidas no Sudão, Ashraf Qazi, saudou o acordo concluído entre os partidos políticos sudaneses para a organização dum referendo sobre a independência do Sul do Sudão.
O Partido do Congresso Nacional (NCP), no poder em Cartum, e o Movimento para Libertação dos Povos do Sul do Sudão (SPLM) anunciaram ter concluído um acordo sobre as condições de organização dum referendo nacional sobre a independência do Sul.
Os partidos políticos no Sudão apresentavam pontos de vista divergentes sobre os problemas políticos maiores que deviam determinar a unidade do norte e do sul.
O enviado especial do Secretário-Geral da ONU no Sudão saudou a conclusão do acordo entre o Sul do Sudão e Cartum sobre a organização do referendo nacional que vai determinar se o Sul do Sudão vai continuar a fazer parte do Sudão.
"O enviado especial do Secretário-Geral da ONU felicitou o NCP e o SPLM pela assinatura dum acordo que permite a adopção duma legislação indispensável para a organização do referendo no Sul do Sudão", sublinhou um comunicado da ONU.
O acordo abrange o território antes cobiçado de Abyei, que vai igualmente organizar um referendo para determinar se fará parte do Sul do Sudão ou da parte norte do Sudão.
Qazi saudou igualmente o engajamento das duas partes na intauração dum clima fraterno durante os trabalhos e dum ambiente positivo para a aplicação pacífica e com êxito do Acordo Global de Paz (AGP).
O Acordo Global de Paz, assinado em Janeiro de 2005, desempenhou um papel importante no fim da guerra civil de 21 anos entre o norte e o sul do Sudão.
Ele compreende cláusulas relativas à independência do Sul do Sudão depois do fim dum período interino de seis anos que terminará em 2011.
O acordo tentou igualmente pôr termo à querela que opõe Cartum ao Sul do Sudão sobre o estatuto da região petrolífera de Abyei.
O desacordo foi parcialmente resolvido em 2009 pela resolução do Tribunal Permanente dos Conflitos na Haia (Países Baixos).
"Resta muito a fazer, mas este passo decisivo deverá facilitar o resto do percurso", disse Qazi.