Agência Panafricana de Notícias

ONU exorta países a considerarem preocupações sociais

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – O sub-secretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Económicos e Sociais, Sha Zukang, exortou terça-feira os países membros a prosseguirem políticas económicas que tomem em conta as considerações sociais para se assegurar de que os pobres, os jovens, os deficientes e os idosos parem de suportar as medidas de austeridade orçamentais e o desemprego nesta crise económica mundial.

"As políticas bem sucedidas são as que não ignoram o facto de que as políticas económicas têm implicações sociais ”, disse Sha durante a sua alocução de abertura da Terceira Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que se ocupa dos assuntos sociais, humanitários e culturais.

Sha, igualmente secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (Rio 20), que terá lugar no próximo ano no Brasil, sublinhou que "as políticas bem sucedidas são as que promovem o desenvolvimento económico e social, protegem os direitos humanos, os empregos suplementares e de melhor qualidade, a coesão social e menos disparidades".

Sublinhou igualmente que o mundo deve conceber meios de integrar as políticas sociais e económicas para garantir uma recuperação "centrada nas populações e um desenvolvimento sustentável a longo prazo".

O funcionário das Nações Unidas ressaltou três abordagens que, diz, poderão facilitar a realização de um desenvolvimento inclusivo e duradouro.

"Primeiro, é importante no contexto económico atual, cumprir com o nosso compromisso de erradicar a pobreza e instaurar a justiça social. Temos de conservar e reforçar os objetivos sociais e não reduzí-los ", disse, ressaltando que os países devem preservar as despesas sociais estimulando o crescimento mesmo se se esforçam em controlar o défice orçamental.

"Segundo, a experiência mostrou que a criação de empregos é primordial. Como respostas políticas às crises atuais são iniciadas, os empregos são necessários para a recuperação inclusiva e a redução da pobreza", afirmou.

"Terceiro, a criação e o alargamento de uma proteção social mínima são igualmente imperativos. Uma tal proteção protege as população contra a pobreza e a miséria extrema. E funciona como um estabilizador automático apoiando a procura global em período de recessão económica", disse Sha.

Disse em seguida que Rio +20 será a ocasião de integrar as preocupações sociais nos pilares económicos e ambientais do desenvolvimento sustentável.

"Sabemos que a economia verde deve apoiar a erradicação da pobreza. É por isso que continuamos a explorar meios pelos quais ela pode criar empregos e os meios de subsistência duradouros para os pobres", acrescentou Sha.

Seis principais comissões da Assembleia Geral das Nações Unidas iniciaram as suas sessões anuais para analisar os principais problemas no mundo.

A primeira comissão (Desarmamento e Segurança Internacional) trata do desarmamento e das questões de segurança internacional conexas, enquanto a segunda comissão (Económica e Financeira) trata de questões económicas.

A terceira comissão (Social, Humanitária e Cultural) está encarreguada dos problemas sociais e humanitários e a quarta comissão (Política Especial e Descolonização) trata de uma série de problemas políticos não tratados pela primeira comissão e da descolonização.

A quinta comissão (Administrativa e Orçamental) trata da administração e do orçamento das Nações Unidas, enquanto a sexta comissão (Jurídica) cuida das questões de direito internacional.

O Secretário Geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, exortou num comunicado todos os países membros a participarem plenamente e de modo construtivo nos trabalhos das comissões para resolver os desafios mundiais e realizar progressos nos objetivos das Nações Unidas.

"Exorto os representantes de todos os países membros a guardarem uma abordagem construtiva, flexível e prospetiva durante os trabalhos para conseguirem o mais rápido possível um consenso nas suas discussões'', disse Al-Nasser.

Afirmou igualmente que "é uma ocasião para passar das palavras aos atos e avançar no trabalho das Nações Unidas".

Al-Nasser sublinhou a necessidade de conseguir "um consenso mais largo e mobilizar a vontade coletiva" dos países membros para resolver os problemas do mundo e manifestou a sua disponibilidade a fornecer todo o apoio e a assistência necessários para garantir uma conclusão satisfatória e sem problemas dos trabalhos das comissões.

-0- PANA AA/BOS/ASA/TBM/SOC/CJB/TON 04out2011