Agência Panafricana de Notícias

OMS envia equipa para lutar contra nova epidemia de Ébola na RDC

Genebra, Suíça (PANA)  - Uma equipa de quase 50 intervenientes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus parceiros encontra-se desde quarta-feira, na República Democrática do Congo (RDC), para combater a nova epidemia do vírus de Ébola declarada no país, anuncia um comunicado das Nações Unidas.

A equipa levou consigo um lote de três mil e 500 doses de vacina contra o vírus de Ébola e dois mil testes de laboratório, indicou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante o seu ponto de imprensa diário virtual sobre a situação da pandemia da covid-19.

Segundo ele, esta notícia "vem lembrar-nos que mesmo atribuindo especial atenção à pandemia da covid-19, continuamos a  acompanhar de perto várias outras emergências sanitárias e a enfrentá-las”.

A nova epidemia de Ébola,  declarada em Mbandaka, na província do Equador, no nordeste da RDC, foi confirmada no início desta semana.

Até agora, oito casos foram registados e quatro pessoas morreram desta doença, de acordo com o comunicado.

A  última pessoa contaminada assistiu ao enterro de um dos primeiros casos, mas foi detetado na cidade de Bikoro, a 150 quilómetros de Mbandaka, o que significa, segundo Tedros, "que as duas zonas sanitárias  estão agora afetadas”.

Mbandaka sofreu, em maio de 2018, uma anterior epidemia de Ébola, que foi contida no intervalo de três meses.

Por outro lado,  a epidemia de Ébola, que afeta a província Oriental da RDC, desde agosto de 2018, está na sua fase final. 

Relativamente à situação da covid-19, o balanço apresentado quarta-feira mostra que quase  seis milhões 300 mil pessoas foram contaminadas das quais 380 mil morreram, no Mundo.

Segundo Tedros, mais de 100 mil casos de covid-19 foram registados diariamente, nos últimos cinco dias, e o continente americano acumula  há várias semanas cada vez mais infeções do que o resto do Mundo.

"Estamos particularmente preocupados com a América Central e  do Sul, onde vários países registam uma aceleração das epidemias”, declarou Tedros, acrescentando que "também constatamos um número crescente de casos, no Mediterrâneo Oriental, na Ásia do Sudeste e em África, apesar de as cifras serem muito mais fracas”.

A pandemia da covid-19 continua a diminuir, na Europa,  que registou terça-feira última o número de casos mais fraco em mais de dois meses, refere a nota da OMS.

Tedros afirmou que não existe nenhuma indicação constrária à retomada dos testes clínicos sobre a hidroxicloroquina.

"O Grupo Executivo do Ensaio Solidariedade recebeu esta recomendação e aprovou o prosseguimento de todos os ramos do ensaio Solidariedade, incluindo a hidroxicloroquina”, indicou.

A 25 de maio último, a OMS anunciou ter suspendido  "temporariamente" os ensaios clínicos com a hidroxicloroquina que  vinha realizando com os seus parceiros, em várias países, por medida de precaução.

No entanto, nenhuma prova de redução da taxa de mortalidade foi obtida a partir dos medicamentos testados até agora contra o novo coronavírus, mas a OMS é favorável a ensaios aleatórios.

Até agora, mais de três mil e 500 pacientes em 35 países participaram nos ensaios sobre os produtos terapêuticos.

Os outros produtos são o remdesivir, antes testado contra o vírus de Ébola; o  lopinavir/ritonavir, autorizado contra o HIV;  e o interferon beta-1a, um medicamento contra a esclerose.

Por outro lado, as Nações Unidas e o Movimento da Cruz e Crescente Vermelhos  apelaram quarta-feira aos Governos e ao setor privado para se unir a fim de desenvolver "uma vacina do povo" contra a covid-19.

Sublinharam que "ninguém deve ser abandonado" na corrida para identificar os meios mais eficazes para vencer o vírus.

"Um contrato social mundial para uma vacina do povo contra a covid-19 constitui um imperativo moral que nos mobiliza todos na nossa humanidade comum”, indicaram.

Segundo as instituições especializadas da ONU, a pandemia da covid-19 obrigou muitos países a suspender os seus programas de vacinação de rotina, o que põe em perigo a vida de cerca de 80 milhões de crianças.

-0- PANA MA/NFB/JSG/FK/IZ  04junho2020