Agência Panafricana de Notícias

Nomeação de novo primeiro-ministro longe de pôr fim à crise no Egito

Cairo, Egito PANA) – A nomeação de Kamal Al-Ganzouri como novo primeiro-ministro do Egito não pôs termo à crise política no Egito, apesar do apoio dos diferentes partidos políticos entre os quais os islamitas.

A nomeação de Ganzouri, que ocupou o mesmo cargo de 1996 a 1996, foi rejeitada pelos manifestantes no Largo Tahrir no Cairo, que representam principalmente correntes liberais e socialistas e acusam este homem de 79 anos de idade de ter servido o antigo Presidente egípcio, Hosni Mubarak, e de ser « muito velho » para este cargo.

Mas Ganzouri começou as suas consultas com as forças políticas, para a formação do seu Governo que, segundo ele, não poderá ocorrer antes do início das eleições legislativas previstas para segunda-feira no país.

As eleições, que vão decorrer em dois dias, permitirão uma maior participação da população no que é considerado como a primeira eleição livre em várias décadas.

Os Islamitas, considerados como os favoritos nas eleições, acusam as forças sociais e liberais de tentar adiar o escrutínio através da sua vontade de manter uma manifestação ilimitada no Largo Tahrir.

Numa escalada sem precedente, os manifestantes de Largo Tahrir anunciaram, durante uma conferência de imprensa organizada no centro cidade do Cairo, sexta-feira à noite, que eles vão formar um Governo paralelo que será dirigido por Mohamed Al-Baradei, antigo chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).

Ganzouri, uma figura respeitada no plano económico e conhecido pelas suas posições contra a corrupção, declarou sexta-feira, na sua primeira conferência de imprensa, desde a sua nomeação pelo poder interino do Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF), que lhe foram atribuídos poderes que nenhum outro primeiro-ministro já teve há 60 anos.

Ele deu igualmente garantia de que o Conselho Supremo Interino das Forças Armadas e o seu chefe, o marechal Mohamed Hussein Tantawi, não têm nenhuma intenção de ficar no poder e que, em caso contrário, ele não teria aceitado o cargo.

O Conselho declarou que as eleições presidenciais no Egito terão lugar o mais tardar a 30 de junho de 2012, e prometeu mesmo renunciar ao poder imediatamente, mas só por via de referendo.

-0- PANA MI/MA/ASA/SS/MAR/IZ 27nov2011