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Nações Unidas disponibilizam $115 milhões a Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) – A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ana Graça, revelou, quinta-feira, na cidade da Praia, que a organização mundial vai disponibilizar no arquipélago 115 milhões de dólares para ajudar o país a preparar-se para choques e concentrar-se sobre os mais vulneráveis, apurou a PANA de fonte segura.

Este montante inscrito no novo programa de cooperação  com Cabo Verde (2023-2027), previsto para arrancar em janeiro do próximo ano, é superior ao atual, orçado em cerca de 96 milhões de dólares e que vai terminar em dezembro de 2022.

Ao avançar Os dados foram à imprensa, na capital cabo-verdiana, a coordenadora da ONU justificou o aumento com a introdução no próximo quadro de cooperação de mais agências e entidades das Nações Unidas que não estavam presentes em Cabo Verde.

Entre elas, figura a Comissão Económica da África, a Organização Internacional do Comércio, a Organização das Telecomunicações, o Programa Alimentar Mundial (PAM) e a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI).

"Temos mais capacidades, mais experiências e mais recursos financeiros. E estamos numa fase, com estas crises múltiplas, em que a solidariedade internacional, a cooperação global é mais urgente do que nunca", salientou a mesma fonte, notando que além da recuperação das crises, o mundo tem de acelerar para alcançar a Agenda 2030, relativa aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definida pelas Nações Unidas.

Ao definir as prioridades para o novo programa, Ana Graça apontou a preparação do país para enfrentar choques externos e ajudar a recuperar das crises da covid-19, da seca e da guerra na Ucrânia, a erradicação da extrema pobreza, concentrando-se, por isso, sobre os mais vulneráveis.

O desenvolvimento do capital humano e social, saúde, educação, proteção social, a transformação económica e transição energética e uma governação mais modernizada são as áreas estratégicas principais do quadro de cooperação, que começou a ser preparado há quase um ano, conforme a coordenadora da ONU.

No que se refere ao programa que vai terminar no final do ano, Ana Graça considerou que foi implementado num contexto diferente, já que tudo o que foi planeado em 2017 foi alterado em início de 2020 por causa da pandemia de covid-19, que a ONU ajudou a enfrentar.

"E é um orgulho para todo o mundo que Cabo Verde tenha alcançado os níveis de vacinação que temos hoje", salientou a responsável, que comentou que os ensinamentos tirados do atual programa vão servir para se focar em programas mais estruturantes e projetos conjuntos.

No ato de apresentação do novo programa, o vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, destacou que as Nações Unidas são um parceiro "confiável, previsível, de todos os tempos e competente", que tem participado na construção de um Cabo Verde futuro, moderno, de paz, de democrático e de desenvolvimento.

O também ministro das Finanças afirmou que o país tem dois desafios importantes nos próximos anos, começando por vencer as crises que decorrem das alterações climáticas, da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia, mas também preparar-se para o futuro.

"Reformar o país para que possamos aumentar o seu potencial de crescimento e de desenvolvimento", apontou Olavo Correia, salientando o "contributo importante" das Nações Unidas para a construção de uma visão conjunta da Nação cabo-verdiana.

0 – PANA – CS/MAR 16 set 2022