Agência Panafricana de Notícias

Marrocos lamenta transferência do líder da Frente Polisário para Espanha

Rabat, Marrocos (PANA)  - Marrocos deplorou domingo o facto de a Espanha autorizar o internamento do líder da Frente Polisário (braço armado do Sara Ocidental), Brahim Ghali, num hospital espanhol de Logroño.

Num comunicado, o Ministério marroquino dos Negócios Estrangeiros (MNE) afirmou que a atitude espanhola contrasta com o espírito de parceria e de boa vizinhança.

"O reino de Marrocos lamentou a atitude de Espanha que acolheu, no seu território, Brahim Ghali, acusado de crimes de guerra e de violações de direitos humanos", lê-se no documento.

Marrocos reagia assim a Informações sobre  evacuação com urgência, a 21 de abril corrente, do líder da Frente Polisário para a Espanha a fim de seguir um tratamento médico.

De acordo com as mesmas informações, Ghali foi transferido para o hospital de Logroño, perto de Saragosse, na Espanha.

Ele foi  internado numa estrutura sanitária designada Mohamed Ben Batouch, de nacionalidade argelina, e isso, para se proteger das queixas apresentadas contra si na justiça espanhola pelo delito de violação dos direitos humanos.

Ghaki sofre, há vários anos, de um cancro no aparelho digestivo, e o seu estado de saúde  deteriorou-se nos últimos dias, de acordo com o semanário pan-africano“Jeune Afrique”, editado em Paris.

Segundo a imprensa espanhola, Ghali padece de "dificuldades graves de respiração” e terá sido contaminado pelo novo coronavírus (covid-19).

"Marrocos exprime a sua desolação pela atitude da Espanha contrária ao espírito de parceria e de boa vizinhança, em relação a uma questão fundamental para o povo marroquino e as suas forças vivas”, acrescentou o MNE.

Para Marrocos, a atitude de Espanha "suscita o espanto e interrogações legítimas em relação à tranferência, secretamente, com um passaporte falso, de Brahim Ghali para a Espanha”.

"Porquê que a Espanha não informou Marrocos sobre esta transferência? Porquê o ter acolhido com uma identidade falsa e porquê que a justiça espanhola não examinou as queixas apresentadas pelas vítimas de Ghali?", interrogou-se o MNE marroquino.

O comunicado indicou finalmente  que, devido a tudo isso, o Ministério marroquino dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador da Espanha em Rabat, Ricardo Díez-Hochleitner, para lhe pedir “esclarecimentos sobre a atitude do Governo do seu país.”

-0- PANA AD/IN/JSG/FK/DD 26abril2021