Agência Panafricana de Notícias

Mais de 100 corpos sem vida descobertos no oeste da Côte d'Ivoire

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - Mais de 100 corpos sem vida foram encontrados nestas últimas horas em três cidades da CÔte d'Ivoire por investigadores onusinos, anunciou sexta-feira em Nova Iorque o Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR).

Num comunicado oficial, o OHCHR indicou que estas atrocidades levam a crer que se trata de uma "limpeza étnica".

Quinze novos corpos foram descobertos em Duékoué, no oeste do país, quinta-feira, além dos 229 já enterrados no local, elevando assim o número de mortos para 244 em incidentes ocorridos entre 28 e 29 de março último quando as forças pró-Ouattara (Presidente ivoiriense reconhecido pela comunidade internacional) assumiram o controlo de Duékoué, lê-se no texto.

As vítimas pertenceriam maioritariamemte à étnia Guerre. Os Guerre apoiam tradicionalmente Laurent Gbagbo que se recusou a ceder o poder, apesar da vitória do seu rival, Alassane Ouattara, na segunda volta da eleição presidencial de 28 de novembro de 2010, cujos resultados foram certificados pelas Nações Unidas, segundo a fonte..

O comunicado sublinha que "algumas vítimas foram queimadas vivas e alguns corpos atirados para um poço".

O documento revela por outro lado que estas matanças acontecem na mesma localidade após incidentes que, em meiados de março último, resultaram na morte de 100 pessoas, entre as quais mulheres, da etnia Dioula, atribuída às forças pró-Gbagbo quando controlavam Duékoué.

A mesma fonte indica que a equipa de investigadores do OHCHR também encontrou cerca de 40 cadáveres na cidade de Blolequin, a oeste de Duékoué.

"Na cidade de Guiglo, os investigadores onusinos também deparou com mais de 60 corpos sem vida, dos quais cidadãos da África Ocidental", denunciou o comunicado.

De acordo com uma fonte onusina, o Secretário-Geral adjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, que se enconta na Côte d'Ivoire, há vários dias, avistou-se com Ouattara e dois dos seus ministros quinta-feira última para discutir sobre esta carnificina contra civis.

Simonovic tembém discutiu, por telefone, sobre a mesma matéria com um militante do campo de Gbagbo.

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