Agência Panafricana de Notícias

Justiça burkinabe chamada a acelerar processo de Thomas Sankara

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA)  - O movimento cívico  Balai Citoyen (Vassoura citadina) exortou a justiça burkinabe, em particular, o juiz de instrução,  a acelerar o julgamento do assassinato do ex-Presidente Thomas Sankara, em 1987.

"Trinta e três anos é a idade que tinha Thomas Sankara quando tomou posse como chefe de Estado do Burkina Faso. Também já passaram 33 anos desde que foi assassinado.

"É suficiente para que a justiça seja feita, que aqueles que cometeram este delito respondam pelos seus atos em Tribunal”, indignou-se quarta-feira um dos porta-vozes do movimento, Eric N. Ismael Kinda, durante uma conferência de imprensa.

"Que o povo burkinabe seja aliviado deste fardo de ignomínia que ele arrasta desde 1987, aos olhos do Mundo. A esperança que temos todos de ver o julgamento aberto em 2020 está a minguar”, acrescentou.

Aproveitou a ocasião para anunciar a criação duma Bolsa Doutoral Thomas Sankara atravês da Rede de Parceria Mundial, sublinou o Balai Citoyen.

Várias atividades, das quais projeções de filmes e painéis, estavam previstas para quinta-feira de manhã, no aniversário do assassinato de Thomas Sankara, durante um golpe de Estado que instalará no poder, um seu irmão de armas, Blaise Compaoré.

Durante o regime de Blaise Compaoré de 1987 a 2014, o processo Sankara não evoluiu.

A queixa relativa a este caso e dos seus então companheiros foi apresentada, em 1997, sob o regime de Compaoré, mas esbarrou contra uma improcedência.

Na sequência da insurreição popular que o derrubou Campaoré, em outubro de 2014, a justiça burkinabe mobilizou-se, ordenando a  exumação dos corpos em causa, e a realização dos testes de ADN. 

Blaise Compaoré, um dos acusados no processo,  vive em exílio na Côte d’Ivoire, onde  adquiriu a nacionalidade ivoiriense, o que dificulta a sua extradição, apesar de um mandado de captura internacional emitido pelo Burkina Faso contra si.

Desde março de 2020, um memorial foi construído para homenagear  a memória de Thomas Sankara e dos seus companheiros, em Ouagadougou.

-0- PANA TNDD/IS/FK/DD  14out2020