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Governo diz não contar com um “muito bom” ano agrícola em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo não está a contar com um “muito bom” ano agrícola, apesar das previsões pluviométricas para este ano serem melhores do que as de 2018, declarou quinta-feira, na cidade da Praia, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.

Comentando,e m entrevista à Rádio de Cabo Verde, as primeiras chuvas que caíram no país nos últimos dias, o governante afirmou que se está a aguardar por outros eventos pluviométricos em todo o arquipélago cabo-verdiano, durante todo o mês de setembro, e também em outubro para que, depois, se possa então avaliar e ver até que ponto haverá produção este ano.

Mesmo assim, reforçou que a previsão é “pouco mais” do que a chuva registada em 2018.

“Mas estamos a falar de previsões, de modelos que podem finalmente ser confirmados ou não”, advertiu Gilberto Silva, avançando que se está a contar, pelo menos, com a produção de pasto.

O ministro disse ainda que o Governo estará “preparado” para implementar medidas que forem necessárias em todos os cenários possíveis.

“Temos que trabalhar para termos mais pasto este ano. Nós sentimos que os agricultores, hoje, estão muito mais preocupados com esta situação, estão mais sensibilizados e também (…) estão mais resilientes nesta matéria”, prosseguiu.

O governante adiantou ainda que desde o início da campanha agrícola os agricultores foram apoiados com sementes, estando, neste momento, o ministério e as delegações a proceder à distribuição de apoios, como forma de “aproveitar bem” a época chuvosa.

“Está havendo não só sementes, mas também outros materiais vegetais. Refiro-me por exemplo a materiais que devem ser preparados para a produção da batata, da mandioca (…) tudo isto, no sentido de tirarmos o melhor proveito da época pluviosa”, referiu.

Alertou que Cabo Verde está a passar por uma das piores secas nos últimos 40 anos.

Afirmou que a situação vigente “só é comparável às secas de 1947 e 1977, em que a situação foi muito complicada”.

“Em 1947, inclusive, houve mesmo fome e mortandade”, lembrou.

-0- PANA CS/DD  05set2019