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Governo cabo-verdiano pede contenção aos consumidores após mais um aumento dos preços

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo cabo-verdiano pediu, segunda-feira, a contenção aos consumidores após mais um aumento dos preços dos combustíveis, com destaque para a gasolina e o gasóleo, que subiram  de quase nove por cento, apurou a PANA de fonte segura.

Em conferência de imprensa conjunta com outros membros da Comissão de Acompanhamento da Crise Energética Mundial, o diretor da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Rito Évora, disse ser importante que “o consumidor tenha a noção que não estamos numa situação de normalidade e é preciso que isso seja sinalizado em termos de consumo, não podemos continuar a consumir de forma normal como se não está a acontecer nada".

Conforme atualização feita domingo pela Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME), o preço da gasolina e do gasóleo em Cabo Verde aumentou quase 9%, mantendo-se apenas a tarifa do gás butano inalterada.

Na conferência de imprensa, os membros da comissão esclareceram que se não fosse a suspensão temporária do mecanismo de fixação de preços, por três meses, o aumento médio de todos os combustíveis seria de 16,1% em maio, muito acima dos atuais 5%.

Para Rito Évora, perante a "situação complexa" que o mundo e o país está a atravessar, "o esforço tem que ser partilhado por toda a sociedade".

E sublinhou que a medida governamental de suspender temporariamente o mecanismo de fixação dos preços visa garantir "algum equilíbrio", repassando gradualmente os custos ao consumidor, para que o preço final reflita menos os aumentos exponenciais.

Outra parte, disse, está a ser suportado pelo tesouro do Estado, até agora em cerca de 200 milhões de escudos (1,8 milhões de euros).

Por disso, disse que o Governo vai gerir a situação "mês a mês", esperando por uma melhoria a nível internacional nos próximos meses em termos de oferta de produtos.

"Se não houver o mecanismo da compensação da regulação, o impacto seria brutal", afirmou, por sua vez, Gustavo Moreira, do Ministério das Finanças, alertando para um cenário de "incerteza" no mercado.

Já Carlos Ramos, engenheiro da ARME, explicou que a gasolina foi o combustível que manteve o preço do mercado, devido ao câmbio, garantindo que, no próximo mês, havendo uma descida do valor, haverá automaticamente uma descida do preço da gasolina.

De acordo com a nova tabela de preços máximos, que vai vigorar até 31 de maio, o litro de gasóleo normal passou a ser vendido em Cabo Verde a 146,10 escudos (1,32 euro), ou seja um aumento de 8,6 por cento, o de gasolina a 181,60 escudos (1,64 euro), subida de 8,7 por cento, o de petróleo a 128,40 escudos (1,16 euro), mais 8,7 por cento, e o de gasóleo marinha a 110,20 escudos (um euro), aumento de 9,2 por cento.

O gasóleo para eletricidade aumentou dois por cento, para 115,00 escudos (1,04 euro) por litro, permanecendo inalterado o de gás butano, que continua a ser vendido entre os 505 escudos e os 9.739 escudos (4,6 a 88 euros), para as garrafas de três a 55 quilogramas, tal como aconteceu em abril último.

Para conter a escalada de preços nos combustíveis, o Governo cabo-verdiano fixou em abril um teto máximo de cinco por cento para o aumento da gasolina e do gasóleo.

"O Governo de Cabo Verde declara a suspensão temporária, durante três meses, de abril a junho, da aplicação de mecanismos de fixação de preços dos combustíveis", anunciou no final de março o ministro da Energia, Alexandre Monteiro.

-0- PANA CS/DD 03maio2022