Agência Panafricana de Notícias

França preconiza diálogo inclusivo para resolver crise política nas Comores

Paris, França (PANA) – França apelou às autoridades comorianas para promover um diálogo inclusivo e resolver os diferendos criados pelas eleições presidenciais antecipadas de 24 de março último, ganhas pelo Presidente cessante, Azali Assoumani, e contestadas pela oposição.

À semelhança do presidente da Comissão da União Africana (CUA), França também exortou as autoridades comorianas e todos os outros atores políticos a demonstrarem maior moderação e a resolverem as suas divergências "através de um diálogo inclusivo".

"França saúda a disponibilidade da União Africana de desempenhar um papel para ajudar as partes comorianas a encontrar uma solução para esta situação”,  declarou esta semana o porta-voz do Quai d’Orsay (Ministério francês dos Negócios Estrangeiros).

Segundo ainda a mesma fonte, França está atenta à situação prevalecente nas ilhas Comores, e deplorou a violência e as tensões que se seguiram à votação e à proclamação dos resultados provisórios do escrutínio pela Comissão Eleitoral Nacional Independente.

Esses resultados foram validados quarta-feira pelo Tribunal Supremo, conformando assim a vitória, na primeira volta, do Presidente Azali Assçoumani.

"França tomou nota da declaração conjunta das missões de observação eleitoral africanas da União Africana, do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA)  e da Força de Alerta da África Oriental (EASF), que deploraram as tensões e as disfunções observadas, a 24 de março último, que não lhes permitiram pronunciar-se 'de forma objetiva' sobre a transparência e a credibilidade do escrutínio”,  sublinhou o Quai d’Orsay.

Azali Assoumani, chefe de Estado de 1999 a 2006 depois reeleito em 2016, foi confirmado quarta-feira na sua vitória pelo Tribunal Supremo com 59,09 por cento  dos sufrágios contra 15,7 por cento de Mahamoud Ahamada.

Os seus adversários da primeira volta  contestam os resultados do escrutínio, criaram um “Comité Nacional de Transição (CNT)” e  declararam não reconhecer o poder, exigindo ao mesmo tempo  um novo escrutínio o mais depressa possível.

-0- PANA BM/BEH/SOC/FK/IZ 05abril2019