Agência Panafricana de Notícias

Filho de Kadafi candidata-se às presidenciais na Líbia

Tripoli, Líbia (PANA) - Saif al-Islam Kadafi, um dos filhos do ex-líder líbio Muamar Kadafi,  inscreveu-se domingo como candidato presidencial às eleições de dezembro próximo no país, anunciou a Alta Comissão Eleitoral Nacional (ACEN).

Segundo um comunicado, Saif al-Islam al-Kadafi apresentou a sua candidatura no escritório da ACEN, na cidade [sul] de Sebha.

A lista de candidatos potenciais inclui outras figuras como o antigo comandante rebelde baseado no leste, marechal Khalifa Haftar; o atual primeiro-ministro, Abdul Hamid Dbeibah, e o presidente do Parlamento Aguila Saleh.

Apesar do apoio público da maioria das fações líbias e potências estrangeiras para as eleições de 24 de dezembro, a votação ainda está em dúvida, já que as partes continuam sem consenso sobre as regras e o cronograma do processo eleitoral.

Uma conferência internacional realizada sexta-feira, em Paris, ameaçou aplicar sanções àqueles que criam obstáculo à realização de eleições, na Líbia, vistas como um momento-chave num processo de paz apoiado pelas Nações Unidas para encerrar uma década de caos violento.

A disputa sobre a eleição ameaça desfazer o processo de paz mais amplo, que também inclui esforços para unificar instituições estatais há muito divididas e retirar mercenários estrangeiros que permanecem entrincheirados nas linhas da frente, apesar de um cessar-fogo.

A era de Kadafi ainda é lembrada por muitos Líbios como de severa autocracia, enquanto Saif al-Islam Kadafi e outras figuras do antigo regime estiveram fora do poder por muito tempo, podendo agora encontrar dificuldades para  mobilizar o apoio necessário para a batalha eleitoral.

Saif al-Islam Kadafi passou quase toda a última década fora da vista do público desde a sua captura, em 2011, por combatentes da região montanhosa de Zintan.

Ele deu uma entrevista ao New York Times, no início deste ano, mas ainda não fez nenhuma aparição pública para falar diretamente aos Líbios.

Ele foi julgado à revelia, em 2015, por um tribunal de Tripoli, que o condenou à morte por crimes de guerra, incluindo a morte de manifestantes durante a sublevação de uma década antes, mas foi mais tarde perdoado. 

Também é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por alegados crimes contra a humanidade.

-0- PANA IZ 15nov2021