Agência Panafricana de Notícias

Estados Unidos encorajam diálogo entre Governo e Renamo em Moçambique

Maputo, Moçambique (PANA) – Os Estados Unidos encorajaram o Governo e a Renamo (principal partido da oposição) em Moçambique a aproveitarem todas as oportunidades existentes para identificarem soluções e alcançarem resultados palpáveis no diálogo político entre si, iniciado há mais de dois anos e que já vai na sua 107ª ronda.

Este apelo foi lançado quarta-feira, na capital moçambicana, Maputo, pelo embaixador americano em Moçambique, Douglas Griffiths, em declarações à imprensa minutos após o lançamento de uma parceria entre a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o setor privado para o aumento do acesso a insumos agrícolas e tecnologias melhoradas no país.

Na ocasião, Griffiths considerou de "soberana" a decisão de extinguir a Equipa Militar de Observadores Internacionais para a Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM).

“Essas são decisões soberanas de Moçambique. Eu digo sempre que a solução desse problema é o diálogo. Por isso, continuamos a encorajar todas as partes para usarem todas as oportunidades para falar e tentar identificar quais são as soluções”, disse.

O diplomata estadunidense indicou que, durante as viagens que tem efetuado pelo país, notou nos Moçambicanos "sinais seguros de uma vontade pela paz e progresso".

“Nós temos viajado muito e noto sempre que aqui em Moçambique há um desejo pela paz e acho que é possível identificar os caminhos para a paz. O que é preciso é mais diálogo e mais esforço entre as partes”, afirmou.

Na penúltima ronda do diálogo político, realizada semana passada, o Governo decidiu extinguir as atividades da EMOCHM e saudou o seu empenho, embora a sua missão não tenha sido alcançada.

A EMOCHM tinha como missão assistir o processo de desarmamento da força residual da Renamo, principal partido da oposição, e a sua integração nos órgãos soberanos.

Isso não aconteceu pelo facto de a Renamo ter-se recusado a apresentar as listas dos homens abrangidos pelo processo de desarmamento, calculados em cerca de mil.

A missão dos observadores militares internacionais custou ao país cerca de 15,7 milhões de dólares americanos, num total de23 peritos militares estrangeiros provenientes da África do Sul, de Cabo-Verde, do Quénia e do Zimbabwe, que agora regressam aos seus países de origem depois de duas missões falhadas, a primeira com 135 dias e a segunda de 60 dias.

Integravam também este grupo observadores provenientes de Portugal, Grã-Bretanha e Itália que, com o fim da primeira missão de 135 dias, não mais regressaram a Moçambique. Os representantes dos Estados Unidos nunca chegaram ao país.

-0- PANA AIM/IZ 04junho2015