Agência Panafricana de Notícias

Erro humano estaria na origem do acidente aéreo ocorrido no Congo

Brazzaville, Congo (PANA) – O ministro congolês dos Transportes, Aviação Civil e Marinha Mercante, Isidore Mvouba, declarou quinta-feira em Brazzaville que o acidente de avião ocorrido recentemente em Ponta Negra ter-se-ia devido a um "erro humano" e não a um problema técnico.

Interpelado pela Assembleia Nacional, o governante congolês afirmou que nenhuma falha técnica foi assinalada dois minutos antes do acidente que fez 23 mortos e 16 feridos, dos quais dois graves.

"A natureza da falha não foi assinalada. Dois minutos antes da aterragem, a tripulação esteve em contacto com a torre de controlo. Não houve uma mensagem de alerta ou significando uma dificuldade. Temos a impressão de que houve um erro humano pois este aparelho possui no entanto quatro reatores », disse Mvouba.

O avião de tipo Antonov 12 da Companhia aérea « Trans Air Congo » (TAC) garantia o frete entre a capital do Congo, Brazzaville, e a segunda cidade do país, Ponta Negra.

O aparelho, que transportava 750 quilogramas de carne, despenhou-se a 21 de março último a cerca de quatro quilómetros do aeroporto de Ponto Negra, quando estava pronto para aterrar.

« Os acidentes aéreos suscitam emoções, mas não é o modo de transporte mais mortal », declarou Mvouba, anunciando a criação imediata duma comissão de inquérito para determinar as verdadeiras causas desta tragédia.

Sobre a qualidade técnica deste Antonov posta em dúvida pelos deputados, o ministro garantiu que o aparelho tinha uma licença e preenchia os critérios para voar no céu congolês.

« A TAC opera no nosso país há 18 anos. É uma companhia que administra melhor a parte técnica da segurança aérea. É pela primeira vez que esta companhia regista um acidente. O avião tinha um certificado adequado e é garantido por uma empresa instalada em Londres (Inglaterra) e que deve segurar todos os requerentes legítimos », declarou Mvouba.

O Governo congolês retirou as licenças e as acreditações a mais de 12 companhias que não reúnem as condições de segurança, numa decisão que se inscreve no quadro das medidas de reforma do setor dos transportes aéreos.

Os deputados aproveitaram a oportunidade para pedir ao Governo uma maior responsabilidade no que diz respeito à segurança das populações.

Eles deploraram a proximidade dos aeroportos das aglomerações populacionais, afirmando que isto constitui um perigo para a população.

Desde 2006, o Congo registou quatro acidentes aéreos que fizeram 49 mortos.

-0- PANA MB/AAS/FK/IZ 01abril2011