Agência Panafricana de Notícias

Empresa tunisina de fosfatos reabre após três anos de encerramento

Túnis, Tunísia (PANA) - A Companhia de Fosfatos de Gafsa, na Tunísia, retomou sexta-feira as suas atividades, após uma paralisação de três anos, desde setembro de 2018, devido a manifestações de protestos de pessoas à procura de emprego.

A atividade da empresa consiste no transporte de fosfatos comerciais para duas fábricas de cimento, designadamente para o Grupo Químico Tunisino (GCT) e para a Fábrica de Cimento Tunísia-Índia.

As unidades de lavagem de fosfatos retomaram igualmente, no mesmo dia, as suas actividades de extração de fosfatos brutos na área de Ridif (sudoeste) após uma suspensão de três meses.

Esta área tem cerca de 500 mil toneladas de fosfatos comerciais prontos para transporte, mas a população local e as pessoas à procura de emprego têm-se oposto.

De acordo com um comunicado de imprensa do Ministério tunisino da Energia, Minas e Transição Energética, o reinício das atividades da empresa segue-se a negociações, nas últimas semanas, com todas as partes envolvidas.

Durante estas negociações, a parte governamental reiterou os seus compromissos de respeitar os acordos assinados pelos governos anteriores, em matéria de emprego, formação de jovens e ao desenvolvimento da região de Gafsa, indicou o Ministério.

Desde os acontecimentos de 2011, a Tunísia tem enfrentado grandes dificuldades na produção de fosfato, o que fez com que o país caísse de novo na classificação mundial, onde ficou em segundo lugar atrás de Marrocos, de acordo com um relatório da União do Cimento do Magrebe.

A Tunísia já nem sequer aparece na classificação mundial  por causa do congelamento da produção, na sequência de manifestações e protestos na região.

A sua produção caiu de cerca de oito milhões de toneladas, em 2010, para quase quatro milhões de toneladas, em 2014, causando perdas financeiras estimadas em quatro biliões de dinares tunisinos.

Esta quebra provoca também o despedimento de trabalhadores, o que levou à anarquia e aos protestos no sul da Tunísia.

O fosfato é considerado, na Tunísia, como um setor importante para a economia do país e representa três por cento das exportações tunisinas.

-0- PANA YY/IN/JSG/DIM/IZ 15agosto2020