Agência Panafricana de Notícias

Egito quer reforçar relações com Sudão

Cairo, Egito (PANA) – O ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros, Nabil El-Arabi, deve deslocar-se à capital sudanesa, Cartum, no quadro da Comissão Bilateral entre o Egito e o Sudão visando reforçar as relações entre os dois países.

O chefe da diplomacia egípcia aproveitará esta oportunidade para passar em revista o estado da cooperação entre os dois países em vários domínios, dos quais a economia, a agricultura e a cultura.

A cidade do Cairo acha que o reforço da cooperação com Cartum é necessário com vista à seperação, a 9 de julho próximo, entre o norte e o sul do país.

Além disso, Cartum deve fazer face à diminuição das suas receitas provenientes do petróleo após a separação com o Sudão Sul, estando o país ameaçado pela extensão potencial do conflito de Darfur para a sua parte ocidental e pela tensão potencial no leste do país.

O Governo egípcio está a acompanhar estreitamente a situação política potencialmente explosiva no norte, onde os opositores ao Presidente sudanês, Omar El-Bashir, trabalham obstinadamente para frustrar a continuidade do regime.

Al-Bashir já é objeto dum mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) por « crimes de guerra » em Darfur.

Durante os seus encontros em Cartum, El-Arabi deverá declarar o seu apoio às autoridades sudanesas na sequência da secessão do Sul.

Ele examinará igualmente a possibilidade duma mediação egípcia entre o norte e o Sudão Sul sobre o estatuto da província de Abyei, uma zona rica em petróleo e fronteiriça entre o norte e o sul reivindicada pelas duas partes.

Por outro lado, o Egipto pretende transformar o seu Consulado em Juba, a capital da região sul, em Embaixada.

Após o Sudão Norte, o Egipto deverá ser o primeiro país a reconhecer o Sudão Sul.

A estabilidade do Sudão é crucial para a segurança nacional do Egipto, e este país está particularmente preocupado com uma retomada do conflito no Sudão que poderá obstruir os seus abastecimentos em água (provenientes do Nilo).

O Egipto receia também um fluxo enorme de refugiados que poderá resultar dum eventual conflito militar ou no norte ou entre o norte e o sul.

-0- PANA MI/SEG/NFB/JSG/FK/IZ 01junho2011