Agência Panafricana de Notícias

EMAE incapaz de resolver crise de energia em São Tomé e Príncipe, diz seu DG

 

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - A Empresa de Eletricidade e Água (EMAE) tornou-se incapaz de resolver  a crise de energia crónica no país, declarou o diretor geral da referida firma, Hélio Lavres.  

Roubo de energia, dividas avultadas e aumento do preço de combustíveis transformaram a crise de energia, em São Tomé e Príncipe, num problema crónico, acrescentou Lavres.

Há sensivelmente dois meses que a EMAE reduziu drasticamente o fornecimento de energia, afetando a população, operadores económicos, comerciantes e pequenas indústrias de transformação, segundo o responsável.

As cinco centrais térmicas existentes na ilha de São Tomé, proseguiu, carecem, todas elas, de uma manutenção completa. 

Indicou que os técnicos da empresa têm recorrido a sucatas para recuperarem grupos de geradores que exigem manutenção.

"Não temos dinheiro para comprar combustíveis", lamentou Hélio Lavres, garantindo no entanto que a empresa decidiu, depois dum encontro com o Governo são-tomense, acionar uma campanha de sensibilização, apelando a devedores para honrarem seus compromissos.

A divida comercial de São Tomé e Príncipe para com Angola, resultante do fornecimento de combustíveis pela petrolífera angolana, Sonangol, à ENCO (Empresa Nacional de Combustíveis e Óleo) avalia-se em mais de 250.000.000 dólares americanos.

Lavres explicou ainda que a ENCO reduziu o fornecimento de combustíveis à EMAE, obrigando, por outro lado, a empresa a adotar um programa de redução no fornecimento de energia aos seus 50.000 clientes.

O BAD (Banco Africano de Desenvolvimento) prometeu uma ajuda pontual de 12 meses a São Tomé e Príncipe, mas Pietro Toigo, representante da referida instituição financeira, para Angola e São Tomé e Príncipe, não especificou o tipo desta ajuda.

Anunciou, depois dum encontro com o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, e com organizações da sociedade civil, a elaboração dum plano estratégico para o setor energético.

Toigo considera que o plano a ser elaborado deve ter em conta outras políticas em curso para a melhoria do setor, que levara o país a adotar energias renováveis.

-0- PANA RMG/DD 27março2023