Agência Panafricana de Notícias

Dos Santos assume presidência da SADC

Luanda, Angola (PANA) - O chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, defendeu quarta-feira em Luanda, no seu discurso na qualidade de presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), uma integração sustentada e equilibrada com vista a influenciar uma nova ordem económica, em que os legítimos interesses de todas as Nações sejam respeitados e tidos em consideração.

José Eduardo dos Santos, que assumiu a presidência rotativa da SADC durante a 31ª Cimeira da organização sub-regional aberta quarta-feira em Luanda, indicou que devem ser tidos em conta os défices nas balanças comerciais dos Estados-membros, dado que eles se encontram na base da migração desequilibrada de mão-de-obra, das diferenças de migração da força de trabalho em geral e dos quadros em particular.

O presidente em exercício da SADC, que substituiu o seu homólogo namibiano, Hifikepunye Lucas Pohamba, referiu que isso apenas pode ser alcançado através do aumento da competitividade de cada Estado, prestando-se a devida atenção ao necessário equilíbrio entre os interesses coletivos e os interesses próprios de cada país membro da SADC.

Manifestou o interesse de Angola fomentar o desenvolvimento de infra-estruturas que constituam, de facto, um estímulo adicional para o crescimento económico e, especialmente, para o investimento e o desenvolvimento do comércio.

Neste sentido, declarou, a concretização do Plano Diretor de Infra-estruturas da SADC afirma-se como uma prioridade, por forma a colher vantagens dos imensos recursos naturais e das vastas extensões de terras férteis para a prática da agricultura e a promoção do desenvolvimento agro-industrial, em benefício dos povos da região.

Sublinhou que a decisão tomada, em 2006, de incrementar a integração económica e regional está a produzir os seus frutos por estar já a vigorar a Zona de Comércio Livre da SADC, e haver intenções de se avançar para a “grande” Zona de Comércio Livre entre a SADC, o COMESA (Mercado Comum da África Oriental e Austral) e a EAC (Comunidade da África Oriental).

“Não obstante os grandes passos que estamos a dar nos mais distintos domínios da integração, não podemos descurar a complexidade e as condições concretas desse processo e outras peculiaridades, incluindo as assimetrias numa ou noutra esfera, que necessitam de ser esbatidas e que nos levam a aceitar com pragmatismo uma integração gradual”, sustentou o chefe de Estado angolano.

Segundo ele, o “efeito dominó” a que se assiste nos países da União Europeia, num espaço mais homogéneo e mais desenvolvido e cujas nações já percorreram um caminho mais longo de consolidação, deve levar a refletir e a adoptar atitudes e decisões mais ponderadas, de modo a que cada passo traduza, de facto, a firmeza e a robustez do processo de integração e seja capaz de incentivar sem receios o passo seguinte.

-0- PANA TON/TON 17ago2011