Agência Panafricana de Notícias

Doadores aceitam levantar sanções contra Madagáscar

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – Os doadores internacionais aceitaram levantar o bloqueio da ajuda a Madagáscar, após os progressos realizados neste país do Oceano Índico para voltar a um regime civil, vários meses após um golpe de Estado apoiado pelo Exército contra o antigo Presidente Marc Ravalomanana, soube a PANA sexta-feira esta em Addis Abeba.

O Grupo Internacional de Contacto (GIC) sobre Madagáscar, que se reuniu em Addis Abeba, capital etíope, anunciou que vai conceder uma ajuda estimada em 738 milhões de dólares americanos, que a União Europeia (UE) bloqueou após a tomada do poder pelo Presidente Andry Rajoelina com violentas manifestações de rua em Antananarivo, a capital.

A reunião do GIC, presidida pelo comissário da União Africana (UA) para a Paz e Segurança, Ramtane Lamamra, foi convocada após o anúncio pelo Conselho de Paz e Segurança da UA da sua intenção de levantar a suspensão de Madagáscar da organização continental decidida na sequência do golpe de Estado.

Num comunicado divulgado sexta-feira, a UA indica que a reunião do GIC sobre Madagáscar discutiu sobre os progressos feitos neste país, nomeadamente a nomeação dum novo primeiro-ministro e dum novo Governo cuja ação será supervisionada por um conselho de alto nível composto por antigos Presidentes africanos.

« Os participantes exprimiram a sua vontade de retomar progressivamente o seu apoio económico ao Governo malgaxe face aos progressos feitos na aplicação do roteiro da paz e exortaram os outros membros da comunidade internacional a fazer o mesmo », refere a nota.

Mas a reunião do GIC reprovou os antigos Presidentes Albert Zafy e Didier Rasiraka, que se recusaram a assinar o novo roteiro para a paz, visando devolver o país à ordem constitucional.

Estão previstas eleições gerais em maio próximo no quadro de esforços para pôr termo ao bloqueio político neste país.

Os emissários do GIC aceitaram reunir-se todos os três meses para avaliar os progressos da aplicação do plano de paz malgaxe, que permitiu a nomeação consensual de Jean Omer Berizky como novo primeiro-ministro.

« O Grupo reconheceu a necessidade dum apoio e dum acompanhamento duradouros da comunidade internacional para facilitar uma aplicação em efetiva e uma conclusão com êxito da transição », indica o comunicado.

Os membros do GIC defenderam um apoio internacional a Madagáscar para sair da sua crise política atual e iniciar o desenvolvimento económico do país após as sanções.

Os ministros da UE decidiram, em junho de 2010, sanções financeiras contra o regime malgaxe, depois de Rajoelina se recusar a aplicar os acordos assinados com outros membros chaves de quatro outros partidos políticos, nomeadamente antigos chefes de Estado.

Oito membros do Conselho de Segurança da ONU (Gabão, Nigéria, África do Sul, China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) participaram na reunião com outros parceiros de Madagáscar, designadaemnte a Alemanha, o Japão, a Comissão do Oceano Índico (COI) e o Mercado Comum para a África Oriental e Austral (COMESA).

Participaram igualmente representantes da UE, da Organização Internacional da Francofonia (OIF), da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e das Nações Unidas.

-0- PANA AO/SEG/NFB/TBM/IBA/MAR/IZ 09dez2011