Agência Panafricana de Notícias

Deputados angolanos informados oficialmente sobre detenção de supostos rebeldes

Luanda, Angola (PANA) - Os líderes parlamentares das cinco formações políticas representadas na Assembleia Nacional angolana (AN, Parlamento) foram quinta-feira oficialmente informados sobre a detenção dos 15 jovens acusados de preparar uma
"insurreição" para derrubar o Governo do Presidente José Eduardo dos Santos.

A informação aos presidentes dos Grupos Parlamentares do MPLA, da UNITA, da CASA-CE, do PRS e da FNLA foi prestada pelo procurador-geral da República, general João Maria de Sousa, que lhes deu as garantias de que o processo "será conduzido em conformidade com a lei".

O encontro decorreu no gabinete e na presença do presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, onde o procurador-geral da República fez-se acompanhar do ministro do Interior, Ângelo Veiga Tavares, e do diretor do Serviço de Investigação Criminal (SIC), comissário-chefe Eugénio Pedro Alexandre.

Na ocasião, o chefe da Bancada Parlamentar do partido no poder, MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), Virgílio de Fontes Pereira, disse que o encontro foi "bastante positivo", porque serviu "para colher informações sobre o processo de detenção dos referidos jovens".

Disse tratar-se de um "assunto para se tomar a sério", a julgar pelas informações e vídeos apresentados.

“Entendemos, no entanto, que devemos todos ter a responsabilidade de o acolher, do ponto de vista da leitura jurídica, como um assunto que está em segredo de Justiça e, para tal, respeitar aquilo que será a decisão dos tribunais”, declarou.

Adiantou que o procurador-geral garantiu que o processo "vai ser conduzido com todo o respeito pelo princípio da legalidade", pelo que instou os partidos a manterem a serenidade, prudência e responsabilidade, evitando qualquer aproveitamento político do assunto.

Por seu turno, o líder do Grupo Parlamentar da maior formação política da oposição, UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), Raúl Danda, louvou a iniciativa e aconselhou a PGR e o Ministério do Interior a fazer disso uma prática para se evitar especulações.

“Achamos que foi bom e esperamos que isto continue a ocorrer, que os deputados, enquanto representantes do povo, sejam informados sobre situações que vão tendo lugar no país”, notou.

Segundo ele, foi tranquilizador o facto de o procurador-geral da República ter dito no encontro que deu orientações claras para que a legalidade fosse assumida e que a lei fosse estrita e escrupulosamente cumprida.

“Queremos sobretudo que se faça justiça, ou seja, uma justiça que seja justa”, concluiu.

Já André Mendes de Carvalho, presidente do Grupo Parlamentar da segunda força política da oposição, CASA-CE (Convergência Ampla de Salvação Nacional - Coligação Eleitoral), salientou que, até serem condenados, há a presunção da inocência de todos os detidos.

“Não vamos entrar em detalhes da informação, porque, segundo o que nos foi dito, o processo está em segredo de Justiça”.

Destacou também o facto de o procurador-geral da República, João Maria de Sousa, ter garantido toda a lisura na condução deste processo.

“Se há alguém para ser condenado que o seja e alguém para ser absolvido também que o seja, disse o chefe do Grupo Parlamentar da CASA-CE.

O mesmo pensamento é partilhado por Benedito Daniel, do PRS (Partido da Renovação Social), terceira força política da oposição oficial, que espera que a investigação seja feita e a justiça faça a sua parte. “Queremos que o processo seja conduzido com lisura e transparência”, disse.

Também o presidente da FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), Lucas Ngonda, considerou o gesto da PGR “uma forma de dissipar toda a especulação".

"(Agora) temos uma informação oficial. O problema está entregue à Justiça e esperemos que ela debele todas as dúvidas que possam existir", afirmou Lucas Ngonda, para quem "é necessário lutar para a preservação da paz em Angola".

-0- PANA IZ 26junho2015