Agência Panafricana de Notícias

Cabo,Verde participa na Cimeira da CPLP em Luanda

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Presidente da República e o Primeiro-ministro cabo-verdianos, respetivamente Jorge Carlos Fonseca, e Ulisse Cooreia e Silva,  participam, neste sábado, 17 de junho corrente, na XIII Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda, Angola, soube a PANA de fonte oficial.

Este fórum, que assinala o fim do mandato de Cabo Verde na presidência rotativa da organização lusófona, decorre sob o lema “Construir e Fortalecer um Futuro Comum e Sustentável”.

A XIII Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que marca a  celebração do 25.º aniversário da sua criação,  será presidida por Jorge Carlos Fonseca, que passará o testemunho ao seu homólogo angolano, João Lourenço. 

Em jeito de balanço do mandato de Cabo Verde, antes de partir para Luanda, Jorge Carlos Fonseca afirmou deixar a presidência rotativa da CPLP com  "boa saúde" e virada para as pessoas, face à perspetiva de aprovação de uma convenção sobre mobilidade interna.

Em declarações à imprensa, o Presidente cabo-verdiano fez um balanço positivo da presidência do seu país, destacando, como um dos pontos fulcrais, a convenção de mobilidade interna que está prestes a ser aprovada.

Durante a presidência cabo-verdiana, Jorge Carlos Fonseca sublinhou que o mais importante foi “a preocupação de fortalecer a comunidade sobretudo através da aproximação entre os povos, e, por isso, o slogan da nossa presidência era as pessoas, a cultura e os oceanos."

Este slogan é para que a comunidade se transforme numa comunidade de pessoas e de povos, acrescentou.

"Tínhamos que procurar os melhores caminhos para que houvesse mobilidade no seio da comunidade”, disse.

Jorge Carlos Fonseca sublinhou que este acordo de mobilidade interna, preparado ao longo dos últimos três anos, é a grande marca que o arquipélago deixa.

O projeto de convenção de mobilidade está pronto para ser assinado pelos chefes de Estado e de Governo da CPLP, segundo o estadista cano-verdiano.

“É um salto enorme na CPLP. Isto é, pela primeira vez, temos a possibilidade de nove países desta comunidade assinarem um acordo de mobilidade, o que quer dizer que este é um instrumento que vai permitir fazer tudo o resto: Aproximar  empresários,  agentes desportivos, agentes culturais,  bens culturais, universitários,  estudantes, professores, jornalistas. Este era para nós o pressuposto estratégico, transformar a comunidade numa comunidade de cidadãos”, apontou o Presidente cabo-verdiano.

Segundo uma nota da Presidência da República cabo-verdiana, as sessões de trabalho iniciarão com a eleição da presidência da Conferência para o biénio 2021-2023, seguida da apresentação dum relatório do secretário executivo cessante e  a apresentação das prioridades da presidência angolana da CPLP para o biénio 2021-2023. 

Segue-se um debate político subordinado ao tema “Fortalecer e Promover a Cooperação Económica e Empresarial em tempos de pandemia, em prol do desenvolvimento sustentável nos estados-membros da CPLP.”

Juntam-se ao lema a apreciação das recomendações, aprovação de projetos e resoluções e aprovação da Declaração de Apreço ao secretário executivo da CPLP cessante. 

Durante a cimeira serão feita ainda a entrega do prémio “José Aparecido de Oliveira”, empossado como o novo secretário executivo da CPLP para o biénio 2021-2023, e anunciado o local da XIV Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP. 

À margem da Cimeira, Jorge Carlos Fonseca tem agendado encontros bilaterais com os Presidentes da República e vice-Presidente da República do Brasil presentes e com a comunidade cabo-verdiana residente em Benguela (litoral sul-centro) e em várias outras cidades angolanas. 

Da agenda do primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, consta um encontro bilateral com o seu homólogo de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus.  

A CPLP foi criada a 17 de julho de 1996, em Lisboa, em Portugal, por sete Estados, designadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Em 2002, com a sua independência, Timor-Leste tornou-se no oitavo Estado-membro, e, dois anos mais tarde, a Guiné-Equatorial foi admitida como membro da organização, durante a Cimeira realizada na capital timorense, Díli. 

-0– PANA CS/DD 16julho2021