Agência Panafricana de Notícias

População apresenta “sinais claros” de envelhecimento em Cabo verde

Praia, Cabo Verde (PANA) –  Há “sinais claros” de envelhecimento da população cabo-verdiana, a passar de “jovem” para “relativamente jovem”, de acordo com o “Perfil do dividendo demográfico de Cabo Verde”, .

Apresentados, terça-feira última, na cidade da Praia, estes dados indicam uma mudança na estrutura da etária do país, fruto da redução da natalidade, e alerta para a necessidade de se adequar as políticas públicas para melhor se aproveitar o potencial demográfico atualmente existente.

Conforme uma fonte da equipa técnica responsável pelo estudo, elaborado com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a população (FNUAP), atualmente o país está com um potencial demográfico importante, em termos de população ativa.

É fundamental produzir e criar riqueza, que deve ser devidamente aproveitada, sob pena de o país vir a enfrentar problemas no futuro.

A mesma fonte explica que a natalidade em Cabo Verde reduziu-se bastante nos últimos anos.

“Nos anos 80, tínhamos sete filhos por mulher e hoje estamos ao nível de 2,5 filhos por mulher. Isto, naturalmente, tem implicações”, acrescentou.

Neste sentido, avançou que se o país conseguir implementar políticas eficazes, sincronizadas para o aproveitamento deste potencial demográfico, essa redução da natalidade traduz-se, do ponto de vista do dividendo demográfico, numa redução da população dependente.

No entanto, segundo os dados, se esse potencial não for bem aproveitado, com a redução da mortalidade e o aumento da esperança de vida que vêm sendo registados ao longo dos tempos, o país poderá vir a ter uma população envelhecida, com encargos a terem de ser suportados pelo Estado e pelas famílias.

Por isso, a recomendação do estudo vai no sentido de uma forte aposta na juventude e na criação de empregos, para que Cabo Verde possa efetivamente ter o dividendo demográfico.

“Se não se criarem empregos, se não haverá naturalmente dividendo demográfico e, com isso, o país não capitalizar, não haverá riqueza suficiente e, no futuro, o país terá que, naturalmente, suportar encargos com idosos”, preveniu.

Para o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, presente na apresentação do estudo, este período de transição demográfico constitui uma janela de oportunidades para o arquipélago cabo-verdiano.

“Este estudo versa sobre desafios, mas particularmente sobre os caminhos que nos permitirão aproveitar as oportunidades que os dividendos demográficos encerram para Cabo Verde. Nós tudo faremos para que a sociedade cabo-verdiana não envelheça pobre”, disse o governante.

Neste sentido, ele considera que as recomendações deste estudo vão ao encontro das políticas do Governo.

Salientou que o executivo está ciente de como é necessário intensificar e melhorar a coordenação das políticas públicas, especialmente para que, no horizonte 2020, se possa projetar “um Cabo Verde desenvolvido e inclusivo”.

A melhoria da cobertura da segurança social e a qualificação do capital humano para aumentar a produtividade são, para já, os principais desafios apontados pelo ministro.

-0- PANA CS/DD 21fev2019