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Cabo Verde vai aumentar capacidade de produção de parques eólicos

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde anunciou, segunda-feira, que a Cabeólica, uma parceria público-privada com financiamento internacional já que permitiu instalar no arquipélago quatro parques eólicos, prevê aumentar em 50%, até em 2034,  a capacidade de produção instalada, apurou a PANA de fonte segura,

Trata-se de um projeto, avaliado 33 milhões de euros, e  prevê a instalação de aerogeradores com uma capacidade total de 13 MegaWatts (MW) no parque eólico do monte São Filipe, na ilha de Santiago, duplicando neste caso a produção de eletricidade na capital,

Segundo dados do Governo, o plano de expansão, que já levou à assinatura, em 23 de setembro, de um memorando de entendimento entre a Cabeólica e o Ministério da Indústria, Comércio e Energia, prevê ainda a instalação de duas baterias de armazenagem da eletricidade produzida nos parques eólicos da empresa, com capacidade de 5 MW, nas ilhas de Santiago e do Sal.

Atualmente a  Cabeólica conta com uma potência instalada de 25,5 MW, com 30 turbinas eólicas distribuídas pelos parques nas ilhas de Santiago (11), Sal (09), São Vicente (07) e Boa Vista (03), pelo que o reforço de 13 MW na Praia representa um aumento de 50% na capacidade total de produção.

Aquando da assinatura do memorando de entendimento com a Cabeólica, o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro,  afirmou se trata de “um investimento que se enquadra dentro da estratégia da transição energética do país e que vai permitir também ao país chegar aos 30% em 2025, que é a nossa meta de penetração de energias renováveis estabelecida no plano do sector elétrico que foi aprovado em 2018”, O gvovernante que tutela o sector da energia acrescentou que além deste plano de expansão, há outros projetos com produtores independentes já adjudicados, que irão permitir ao país ultrapassar os 30% de penetração de energias renováveis, face aos atuais cerca de 20%.

“A capacidade de produção eólica aqui na Praia irá duplicar e em termos de volume de energia o incremento será ainda muito mais significativo, tendo em conta os investimentos que serão feitos também nas baterias”, sublinhou o ministro, sobre o plano de expansão da Cabeólica.

Os parques da Cabeólica resultaram de um acordo de parceria público-privada, de 2008, entre a InfraCo Africa Limited, o Governo e o grupo estatal Electra, e seis anos depois atingiu o seu recorde, garantindo cerca de 24% da eletricidade consumida no arquipélago, tornando Cabo Verde num dos países com a maior taxa de penetração de energia eólica no mundo.

Atualmente, 50% do capital próprio da Cabeólica está nas mãos da AFC Equity Investments, uma subsidiária detida a 100% pela Africa Finance Corporation (AFC), seguindo-se a African Energy Transition, com 44% - adquirida em Outubro de 2021 por aquela empresa do grupo dinamarquês AP Moller Maersk -, pertencendo ainda 3,75% à Electra e 2,25% ao Estado.

Segundo o relatório e contas da Cabeólica o resultado líquido da empresa passou de cerca de 206 milhões de escudos em 2020 para mais de 310 milhões no ano passado.

Em 2020, devido às repercussões económicas da pandemia de covid-19, a produção dos quatro parques eólicos da Cabeólica em Cabo Verde caiu 17,3%, para 64.926 MWh (Megawatt-hora), aumentando em 2021 para 72.343 MWh.

Em 2019, antes dos efeitos da pandemia, a Cabeólica registou lucros de 277 milhões de escudos.

As vendas de eletricidade da Cabeólica à rede pública, através da Electra, caíram em 2020 quase 7%, para 1.172 milhões de escudos, num ano “marcado pela forte redução da procura, sobretudo nas ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista, em resultado da pandemia de covid-19”.

Contudo, em 2021, essas vendas cresceram para quase 1.231 milhões de escudos, segundo o relatório e contas da empresa.

0 – PANA – CS/MAR 27 set 2022