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Cabo Verde restabelece serviços suspensos devido a ataque cibernético

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (NOSi) de Cabo Verde anunciou segunda-feira o restabelecimento dos serviços suspensos, desde quinta-feira, 26, na sequência do ataque cibernético à Rede Eletrónica de Tecnologia do Estado (RETE).

Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), o presidente do Conselho de Administração do NOSi, Carlos Pina, adiantou que essa reposição vai ser gradual, sendo que as prioridades serão para os serviços críticos e os dos órgãos de soberania.

Carlos Pina  disse ainda que, mesmo entre esses serviços, vão ser estabelecidas outras prioridades, em que se enquadram os serviços de administração pública que tem impacto direto na vida dos cidadãos e das empresas, nomeadamente os serviços de atendimento.

“Será um processo gradual, porque esse ataque, para além de ter atingido a rede nuclear, também atingiu redes locais dos clientes, e alguns computadores foram afetados. Por isso, a reposição dos serviços e a reposição dos computadores novos infetados terão de passar por um processo de higienização, de modo a reforçar os mecanismos de proteção”, explicou.

As repartições das Finanças, os serviços da Casa de Cidadão, do Registo Notariado e Identificação (RNI) e os serviços de Saúde, nomeadamente os hospitais e centros de saúde, constam da lista prioritária para a qual equipas do NOSi já estão no terreno, conforme o responsável.

O ataque, que aconteceu na madrugada de quinta-feira, 26, bloqueou toda a estrutura de autenticação e alguns sistemas de prestação de serviços online.

Carlos Pina conta que, após a deteção dos problemas, a equipa de monitorização começou a atuar, mas que meia hora depois, pela natureza do ataque e pela velocidade com que estava a ser propagado na rede, constatou-se que dificilmente se conseguiria combater esse ataque mantendo a rede a funcionar.

Daí a necessidade de baixar a rede e a suspensão dos serviços para se poder dar combate a este ataque cibernético desencadeado pelo vírus informático RANSOMWARE.

O presidente da instituição que gere a RETE  adiantou ainda que evidências recolhidas, até ao momento, mostram que esse ataque começou há já algum tempo, através dos chamados ‘phishing’ e ‘spams’ que, de uma forma “muito passiva”, através do correio eletrónico dos utilizadores, usurpam as identidades com ficheiros de anexos, que depois de abertos começam a atuar na rede à procura dos pontos mais frágeis para actuar.

“Tudo indica que terá sido através desses mecanismos de ‘phishing’”, sustentou o responsável, realçando que esses tipos de ataque estão a tornar-se cada vez “mais sofisticados e atualizados”.

Por isso, chamou a atenção dos utilizadores da rede do Estado e dos cidadãos em geral para estarem “mais atentos”, sobretudo nesse contexto de pandemia em que a vida digital intensificou-se e as ameaças aumentaram também.

-0- PANA CS/IZ 30nov2020