Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde repatria 281 estrangeiros em situação irregular

Praia, Cabo Verde (PANA) – Um total de 281 cidadãos estrangeiros foram repatriados no ano passado pelas autoridades cabo-verdianas, a maioria dos quais (247) por falta de meios de subsistência e 19 por carecerem de visto de entrada, anunciou a Direção de Estrangeiros e Fronteiras (DEF).

Segundo a DEF, a maioria dos repatriados são cidadãos oriundos da Guiné-Bissau (67), seguida pelo Senegal (54), pela Nigéria (46), pela Guiné Conakry (23) e pela Gâmbia (11).

Foram igualmente considerados como indivíduos sem as condições legais para residirem no arquipélago cidadãos da Argélia e da Serra Leoa (9 cada), do Egito (oito), do Mali, da Síria e do Togo (sete cada), da Côte d'Ivoire e do Gana (ambos com seis), bem como da Indonésia (quatro).

Os dados do censo de 2010 levado a cabo pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) davam conta que dos 491 mil e 875 indivíduos recenseados, na altura, em Cabo Verde 14 mil 373 eram estrangeiros, correspondentes a 2,9 porcento da população total do arquipélago, atualmente calculada em cerca de 505 mil indivíduos.

O censo apurou também a existência de oito mil e 116 pessoas com dupla nacionalidade, que perfazem 1,7 porcento da população, e 115 apátridas, além de 592 residentes sem estatuto definido.

No total, o número de indivíduos nas condições de residentes estrangeiros e noutras é de 23 mil 196, ou seja, 4,7 porcento da população.

Esses dados confirmam que, de um país de emigrantes, Cabo Verde passou a ser também, nas últimas décadas, um espaço de atração de imigrantes, oriundos principalmente dos países da África Ocidental, mas também da Europa e da Ásia.

A distribuição da comunidade estrangeira residente em Cabo Verde, de acordo com a origem continental dos indivíduos, mostra que os Africanos constituem a grande maioria, representando 71,7 porcento desse universo, seguindo-se os Europeus com 17,0 porcento, os Americanos com oito porcento e os Asiáticos com 3,5 porcento.

A análise por nacionalidade dá conta de que, dos estrangeiros provenientes dos países africanos, oito mil e 738, ou cerca de 61 porcento, são originários da África Ocidental, enquanto mil 209, equivalentes a 8,4 porcento, vêm dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), excluindo os originários da Guiné-Bissau por estarem integrados no universo dos imigrantes oeste-africanos.

Os estrangeiros residentes em Cabo Verde provenientes da Guiné-Bissau constituem o grosso da comunidade da África Ocidental, contabilizando cinco mil e 544 pessoas, correspondentes a 38,6 porcento das 10 mil 306 pessoas com origem dos países africanos residentes no arquipélago.

Os Senegaleses são a segunda comunidade africana mais expressiva a residir atualmente em Cabo Verde, com cerca de mil 634 indivíduos, representando 11,4 porcento dos imigrantes provenientes do continente africano.

Els são seguidos pelos cidadãos da Nigéria, quantificados em 740 pessoas (5,1 porcento); da Guiné Conakry, estimados em 456 indivíduos (3,2 por cento); e de outras nacionalidades não especificadas, que totalizam 409 efetivos (2,8 porcento).

Os cidadãos de nacionalidades europeias formam o segundo maior grupo de estrangeiros a integrar a população cabo-verdiana residente, num total de dois mil e 446 indivíduos, que equivalem a 17 porcento dos efetivos.

Os Americanos também estão presentes na população cabo-verdiana, num total de mil e 100 indivíduos que representam 7,7 porcento dos estrangeiros a residir no país e constituem o terceiro maior conjunto dos efetivos com esse estatuto identificados na população.

De entre os estrangeiros presentes na população cabo-verdiana, o INE conseguiu recensear 498 pessoas oriundas de países asiáticos, que representam três porcento do total de residentes não cabo-verdianos.

-0- PANA CS/TON 24jan2014