Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde recebe mais de 900.000l turistas em 2023

Praia, (Cabo Verde) – Cabo Verde recebeu mais de 900.000 turistas em 2023, número superior em cerca 12 por cento ao de 2019 que tinha sido o melhor ano de sempre para o setor turismo no país, apurou a PANA de fonte oficial.

Em declarações à imprensa, o ministro cabo-verdiano do Turismo e  Transportes, Carlos Santos destacou que estes dados demonstram que "Cabo Verde está cada vez mais a afirmar-se como um destino de turismo de referência internacional".

Segundo o governante, este desempenho é o resultado, de um trabalho que teve uma maior aceleração a partir de 2016, data em que o Governo definiu claramente que o turismo é o setor central da economia cabo-verdiana.

“Pelos últimos dados de 2019, o turismo representava cerca de 25 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, da riqueza criada anualmente. Cerca de 20 por cento dos empregos em Cabo Verde estão relacionados com o turismo. E quando nós estamos a falar do turismo, nós não estamos a falar simplesmente da hotelaria e da restauração”, acrescentou.

“Estamos a falar de um conjunto de setores que estão à volta, desde a agricultura, à agroindústria, à cultura, mas também, ou de uma outra maneira, a indústrias criativas e transportes que estão à volta deste setor”, prosseguiu.

O governo realçou que os resultados conseguidos em 2023 são reflexo de trabalho árduo do Governo, das câmaras municipais, dos trabalhadores, dos empresários que acreditaram também em Cabo Verde.

Para 2024, perspetiva-se que Cabo Verde vai alcançar a meta de um milhão de turistas, segundo Carlos Santos que adverte que a questão dos números ou da quantidade de turistas deve começar a ser relegado para um plano diferente.

Salientou que o foco agora deve estar na qualidade dos turistas.

“E fundamental que nós tenhamos mais turistas, obviamente, para ganharmos escala, porque mais turistas significa mais receitas, mas também uma outra variável que nós temos que introduzir nesta equação é a qualidade e, por isso, é que continuamos à procura de outros nichos de mercados”, explicou

E para isso, realçou que é preciso investir-se na oferta, nos alojamentos, nas infraestruturas turísticas, mas também na promoção.

Este trabalho começou a ser feito em 2023 e vai ser aprofundado em 2024, anunciou.

“Ilhas como Santo Antão, São Vicente e também Santiago, começam também a acolher o maior número de turistas. Nós sabemos que um dos grandes desafios que nós temos em Cabo Verde é a excessiva concentração do turismo nas duas principais ilhas, Sal e Boa Vista”, sustentou.

Neste sentido, destacou o trabalho que está a ser feito no âmbito do Programa Operacional do Turismo que abarca o período 2022-2026 e que visa preparar todas as ilhas para acolherem turistas de uma forma cómoda, com maior segurança e para que possam, de facto, ter bons momentos no país.

“E este trabalho que tem sido feito a nível da infraestruturação”, disse Carlos Santos, salientando que muitas infraestruturas estão a ser financiadas através do Fundo do Turismo e que "são reflexos daquilo que nós queremos fazer, que é a visão do Governo, que é diversificar, amplificar o âmbito territorial do turismo, trazer outros nichos de mercado.”

Apontou o turismo de natureza, desportos náuticos, para componente cultural, como algumas apostas para se diversificar a oferta.

A par disso, adiantou que o Governo está também a trabalhar a nível da promoção com a procura de outros mercados, designadamente o leste da Europa, designadamente a Roménia e a Polónia, já com resultados visíveis no ano ora finda.

-0- PANA CS/DD 06janeiro2024