Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde elege novo Parlamento

Praia, Cabo Verde (PANA) – Os mais de 350 mil eleitores cabo-verdianos foram às urnas este domingo para eleger os 72 deputados à Assembleia Nacional (Parlamento), de onde vai sair o Governo de Cabo Verde para os próximos cinco anos, constatou a PANA no local.

A estas que são as sextas eleições multipartidárias no país, desde 1991, concorrem seis partidos políticos, designadamente, Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), Movimento para a Democracia (MpD, maior partido da oposição), União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, terceiro partido com assento parlamentar) e Partido Popular (PP), Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS) e Partido Social Democrático (PSD), todos sem representação no Parlamento.

Os 350 mil e 388 eleitores inscritos, dos quais 45 mil 85 no estrangeiro, vão escolher entre a continuidade do PAICV na liderança do país, após três mandatos de maioria absoluta, ou o regresso do MpD, após 15 anos de governos liderados pelo atual primeiro-ministro José Maria Neves, que não se candidata.

O PAICV apresenta a estas eleições como candidata a primeiro-ministro a antiga ministra da Juventude e Emprego e primeira mulher presidente de um partido em Cabo Verde, Janira Hopffer Almada, 37 anos.

Por seu lado, o MpD apresenta como candidato à chefia do governo o ex-presidente da Câmara da Praia e antigo ministro das Finanças, Ulisses Correia e Silva, 53 anos.

De acordo com observadores, nestas eleições, que estão a ser consideradas como as mais renhidas das últimas décadas no arquipélago, estão em confronto a ideia de continuidade e estabilidade de governo, defendida pelo PAICV, e a necessidade de mudança e de uma nova forma de fazer política, sustentada pelo MpD.

Numa mensagem transmitida sábado à noite pela televisão pública cabo-verdiana (TCV), o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, pediu aos cidadãos cabo-verdianos que não deixem condicionar o seu sentido de voto, apelando para a participação nas eleições legislativas de deste domingo.

Jorge Carlos Fonseca pediu também aos agentes políticos e às autoridades que contribuam "para que a participação do eleitor seja absolutamente livre".

"É bom que se vote em consciência. Que as nossas escolhas venham do fundo do nosso ser e não sejam - nunca, jamais e em tempo algum - determinadas por ninguém, por nenhum poder, por nenhuma força externa e por nada que violente nossa vontade, nossa consciência", disse.

"Apelo, pois, a todos os cidadãos no sentido de não admitirem qualquer tipo de ação que procure condicionar o exercício e o sentido do seu voto", sublinhou.

-0- PANA CS/IZ 20mar2016