CPJ exige libertação de jornalista gabonês detido por difamação

Nova Iorque- Estados Unidos (PANA) -- O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediu às autoridades gabonesas para libertarem um jornalista detido terça-feira última por não ter pago uma multa exorbitante reclamada no quadro dum julgamento por difamação realizado em 2004.
Jean-Yves Ntoutoumé, diretor de Publicação do Le Temps (o bimensário), foi detido pois o seu jornal não pagou 10 milhões de francos CFA (20 mil dólares americanos) a um ex-tesoureiro do Partido Democrático Gabonês (PDG), Albert Meye, segundo a imprensa local.
Meye intentou uma ação judicial contra o jornal por causa de um artigo do jornalista, Mathieu Ebozo, segundo o qual Meye estaria implicado num roubo à mão armada há seis anos na sede do PDG, em que morreu um guarda e mais de 80 milhões de francos CFA (165 mil dólares americanos) foram roubados.
O pagamento desta soma imposta a Ntouroume neste caso não parece basear-se nas perdas aparentemente sofridas por Meye em consequência deste artigo divulgado pelo Le Temps, declarou ao CPJ o presidente da Associação dos Profissionais da Imprensa Escrita Livre (APPEL), Norbert Ngoua Mezui.
Ntoutoume foi convocado terça-feira pela Polícia e foi transferido para a cadeia de Gros Bouquet em Libreville, a capital do Gabão, segundo Mezui.
Esta detenção baseia-se na decisão pronunciada em 2009 pelo Tribunal de Apelação, que confirmou a condenação de Ntoutoume que fundou o jornal Le Temps em 1999.