Agência Panafricana de Notícias

Banco de Cabo Verde considera "confortável" grau de confiança na economia do país

Praia, Cabo Verde (PANA) – O governador do Banco de Cabo Verde, Carlos Burgo, afirmou esta segunda-feira, na cidade da Praia que o grau de confiança na economia cabo-verdiana é “confortável”, apesar do contexto internacional adverso e do seu impacto no país.

Na comunicação apresentada durante a primeira edição da Mesa Redonda do Mercado de Capitais, promovida pela Bolsa de Valores de Cabo Verde, Burgo justificou como pilares desta confiança a sustentabilidade das finanças públicas, a solidez do sistema financeiro, a credibilidade da paridade do Escudo Cabo-verdiano com o Euro e o desempenho e oportunidades de crescimento da economia.

Intitulada “Economia de Cabo Verde Conjuntura atual e Desafios”, a sua comunicação destaca também o fato da procura da moeda cabo-verdiana estar a crescer em cerca de 8 a 9 porcento, o nível de intermediação de Cabo Verde ser “muito elevado” e a taxa de câmbio real efetiva ter “evoluído favoravelmente” em grande parte porque, a seu ver, “tem havido moderação da política salarial”.

Ainda de acordo com Carlos Burgo, o desempenho da economia vem igualmente crescendo, sobretudo no setor do turismo, onde há a possibilidade de se construir um centro turístico “pequeno”, mas de nível mundial.

No entanto, o governador do BCV alerta para o fato de, em termos de riscos e vulnerabilidades, as finanças públicas apresentarem um nível “comparativamente elevado” de endividamento público e de “limitada margem” para a política anti-cíclica e absorção de choques.

Carlos Burgos apresenta também como outras vulnerabilidades das finanças públicas a responsabilidades contingentes nas empresas públicas, os riscos contingentes nos municípios, o eventual “défice” dos regimes de pensões e o nível “comparativamente elevado” da folha de salários na Administração Pública.

No que toca ao sistema financeiro, ele sublinhou que se verifica um nível “relativamente baixo” de solvabilidade, um crescimento do crédito malparado, situações problemáticas no mercado de dívida (Bolsa de Valores), um elevado peso de recursos de emigrantes e um “défice” de eficiência e no acesso a serviços financeiros.

-0- PANA CS/DD 30set2013