Agência Panafricana de Notícias

Banco Mundial adverte contra redução de ajuda a África

Nairobi, Quénia (PANA) - O Banco Mundial advertiu os países industrializados contra os cortes previstos na ajuda ao desenvolvimento na altura em que há receios acrescidos duma eventual recessão mundial.

« A tentação é grande quando uma crise surge - como acontece hoje - para os países ricos de reduzir a ajuda ao desenvolvimento. Seria um grave erro”, declarou a vice-presidente do Banco Mundial para África, Obiageli Ezekwesili.

Falando durnate a primeira cimeira africana para os investimentos organizada pela Bolsa de Londres (London Stock Exchange, LSS) e várias empresas, a funcionária nigeriana do Banco Mundial declarou que a redução da ajuda seria um grave erro « não porque África necessita desesperadamente da ajuda, mas porque a economia mundial espera desesperadamente ver uma África muito eficaz ».

« Um aumento da prosperidade mundial e uma retomada do crescimento económico mundial dependem realmente do papel que África vai desempenhar enquanto pólo de crescimento mundial e vai prosperar como um sólido mercado para os bens e serviços mundiais », explicou.

Ezekwesili declarou antes que ela esperava que os receios duma eventual recessão mundial iriam cessar e estimular os investimentos em África e nos mercados financeiros e apaziguar os mercados financeiros perturbados pela dívida da zona euro e pela crise financeira americana.

Discursando a um grupo de 125 investidores que detêm participações de cerca de 120 biliões de dólares americanos na LSE e com pastas em crescimento em África, ela falou das enormes oportunidades de investimento em África e exortou os investidores ainda reticentes a apostar no continente e a iniciar o trabalho sem demorar.

« É o momento hoje de o fazer porque amanhã poderá ser demasiado tarde », disse, citando o exemplo duma empresa europeia, cujo nome não citou, que tinha recusado a oferta de investir no setor das telecomunicações na Nigéria.

Este mesmo setor das telecomunicações que parecia pouco atraente para o investidor europeu explodiu durante a década, passando de 500 mil linhas de telefone para 80 milhões de assinantes.

Esta « nova África promissora » convida os investidores a apostar « num período de oportunidades para a modernização … no limiar duma revolução semelhante às que transformaram a China e a Índia », afirmou a vice-presidente do Banco Mundial para África.

« África conjuga-se no presente e não no futuro », declarou Ezekwesili, exortando todos os diretores-gerais que ainda não apresentaram estratégia sobre África no Banco Mundial a fazê-lo.

O secretário de Estado britânico para o Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell, que se exprimiu durante a mesma cimeira, reiterou o apoio do seu Governo a favor do desenvolvimento de África.

-0- PANA AO/VAO/ASA/TBM/SOC/MAR/TON 11out2011