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Antigo ministro do Interior da Líbia entra na corrida presidencial

Tripoli, Líbia (PANA) - O ex-ministro líbio do Interior, Fathi Bashagha, formalizou esta quinta-feira a sua candidatura às eleições presidenciais de dezembro próximo, no país.

Bashagha foi ministro do Interior do Governo de Acordo Nacional (GNA), reconhecido internacionalmente, antes de ser substituído, em março deste ano, por um novo governo de unidade nacional.

A sua candidatura segue-se a outras anunciadas anteriormente,  incluindo Saif al-Islam Kadafi, filho do deposto líder líbio, Muamar Kadafi; o antigo chefe rebelde, marechal Khalifa Haftar, e o atual  presidente da Câmara de Representantes (Parlamento), Aguila Saleh.

Segundo o diretor do Centro de Imprensa da Alta Comissão Eleitoral Nacional (HNEC), Sami Al-Cherif, a lista de candidatos presidenciais inclui também nomes como Abdelhakim Ali Bayou, Assaad Mohsen Zhio, Faydan Ayad Hamza, Sanoussi Abdessalam al-Sanoussi, Mohamed Ahmad Al-Mazoughi, Abdallah Ahmed Naker, Fathi Hamad Ben Chatwan e Abdelhakim Daou Zamouna.

Alguns observadores levantam receios de ausência de garantias de lisura e transparência capaz de inviabilizar o processo eleitoral, porquanto as partes continuam sem consenso sobre uma base legal para a votação.

As divergências entre fações rivais e entidades políticas divididas centram-se em questões como quem deve ser autorizado a concorrer, o eventual papel do Presidente eleito diretamente e o calendário da votação.

Enquanto Haftar é procurado pelo Justiça líbia por crimes militares cometidos durante a sua última ofensiva para a tomada de Tripoli, Saif Kadafi é objeto, desde 2011, de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade.

Os crimes imputados a Saif Kadafi teriam resultado da repressão de protestos durante a Revolução de 17 de Fevereiro do mesmo ano,  que levou ao derrube  do regime do seu pai, Muamar Kadafi, depois de 42 anos de poder ditatorial na Líbia.

Condenado em 2014 à morte por um tribunal de Tripoli, Seif Kadafi foi libertado, em 2017, em Zenten, a 186 quilómetros a sudoeste de Tripoli, em virtude  da amnistia geral adotada, em 2015, pelo Parlamento baseado em Tobruk (leste).

-0- PANA IZ 18nov2021