Agência Panafricana de Notícias

Alerta para persistência de violência e conflitos armados na República Centroafricana

Yaoundé, Camarões (PANA) – A persistência da violência, a ressurgimento de novos focos de tensão, a fragmentação dos grupos armados e a multiplicação dos conflitos a nível local, deterioraram seriamente as condições humanitárias na República Centroafricana (RCA), alertou segunda-feira em Yaoundé, o Escrtório da Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) neste país.

Devido à crise humanitária na RCA, quase uma criança em cada sete morre antes do seu quinto aniversário natalício e quase uma mulher em cada 100 morre na sequência do seu parto, Joseph Inganji, responsável do OCHA na RCA.

Apenas mais de um terço das crianças centroafricanas são imunizadas e dois Centroafricanos em cada três têm acesso à água potável e ao saneamento, acrescentou.

Durante a sua exposição, Joseph Inganji informou que "um Centroafricano em cada três está em situação de insegurança alimentar num país onde 80 porcento da população (quatro milhões e 595 mil, em 2016) vivem da agricultura".

,Também disse que seis porcento das famílias, ou seja 295 mil pessoas, estão numa insegurança alimentar severa ».

Além disso, 58 porcento das infraestruturas sanitárias são administradas por atores humanitários e esforços de reconstrução dos serviços sociais básicos, como a saúde e a educação, estão em perigo devido ao ressurgimento das violências, afirmou o responsável.

Indicou que a insegurança que afeta humanitários, dos quais seis mortos em 63 incidentes, foram registados em 2018 com um aumento dos ataques em estradas e centros de saúde, o que limita a resposta nestes eixos.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), uma criança em cada três está fora da escola na RCA correndo o risco de serem recrutados por grupos armados.

Além disso, os deslocamentos repetitivos das populações minam a produção agrícola e provocam uma dependência da ajuda alimentar de emergência.

Nas zonas afetadas pela violência, um terço das mulheres foram vítimas da violência sexual.

-0- PANA EB/BEH/SOC/FK/DD 14maio2018