Agência Panafricana de Notícias

AI acusa CNT e Pró-Kadafi de violações dos direitos humanos na Líbia

Lagos, Nigéria (PANA) – As forças pró-Kadafi e o Conselho Nacional de Transição (CNT) cometeram crimes à grande escala, segundo o Direito Internacional, durante o conflito líbio, indica a Amnistia Internacional (AI) num novo relatório.

Neste relatório de 107 páginas, intitulado « A Batalha para a Líbia : Crimes, Desaparecimentos e Torturas », a AI indica ter a prova de que, durante o conflito, as forças de Kadafi cometeram crimes de guerra, abusos equivalentes a crimes contra a humanidade, como ataques sem discernimento, massacres de prisioneiros, torturas, desaparecimentos forçados e detenções arbitrárias.

O documento, divulgado terça-feira última, mencionou igualmente « ajustes de contas brutais » e linchangens, por parte dos rebeldes, das forças de Kadafi expulsos do leste da Líbia e capturados.

Relata que, quando Al-Bayda, Benghazi, Derna, Misratah e outras cidades passaram sob o controlo do Conselho Nacional de Transição (CNT) em fevereiro último, as forças anti-Kadafi perpetraram raides contra casas, massacres e outros atos violentos contra presumíveis mercenários subsarianos ou líbios negros.

A organização indica que cidadãos dos países africanos continuam particularmente expostos e que entre um terço e a metade dos que estão nos centros de detenção de Tripoli e de Al-Zawiya são estrangeiros.

A AI afirma que a maioria dos reclusos africanos são trabalhadores imigrantes e não combatentes, contrariamente ao que afirmam os rebeldes do CNT.

A organização de defesa dos direitos humanos apelou ao CNT, que controla doravante quase todo o território líbio, para controlar os grupos anti-Kadafi com vista a pôr termo aos ataques de represálias e às detenções arbitrárias.

« As novas autoridades devem pôr termo aos abusos destas últimas quatro décadas e fixar novas regras ao colocar os direitos humanos no centro dos seus projetos », declarou o diretor-geral da Amnistia Internacional, Claudio Cordone.

Acrescentou que cabe doravante ao CNT fazer as coisas diferentemente, pôr termo com urgência aos abusos e iniciar reformas necessárias em matéria de direitos humanos.

-0- PANA SEG/FJG/JSG/FK/DD 14set2011