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Agência de Turismo e Investimentos reforça diplomacia económica em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - A nova Agência de Turismo e Investimentos (ATI) de Cabo Verde, criada recentemente pelo Governo, vai ter como uma das prioridades o reforço e o alinhamento da diplomacia económica do país como forma de atrair mais investimentos externos e de acordo com as prioridades do arquipélago, informou à PANA, quarta-feira na cidade da Praia, fonte segura.

Falando na cerimónia da tomada de posse da comissão instaladora da ATI, a a ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes, destacou que o crescimento que Cabo Verde deverá alcançar nos próximos anos dependerá do trabalho que a agência for capaz de realizar.

Leonesa Fortes explicou que os desafios do arquipélago neste momento são imensos e precisa crescer a outros níveis, sublinhando que a criação da agência está enquadrada numa reforma institucional para criar condições de atrair mais investimentos externo, promover o investimento interno e diversificar e qualificar o turismo, setor que contribui com 20% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país e gera uma média de 36 mil postos de trabalho.

Segundo ela, a reforma visou dar mais poder de intervenção às diferentes do arquipélago, maior autonomia e poder de decisão às regiões e levar mais recursos aos centros regionais, permitindo a descentralização no setor, uma exigência de empresários e investidores.

No entanto, a ministra advertiu que as políticas devem ser implementadas em diálogo com outros parceiros, nomeadamente as Câmaras Municipais e o setor privado.

"Se o país pretende continuar a crescer em matéria de investimentos e de turismo não o pode fazer apenas através das entidades centrais públicas. Há que criar condições para que as Câmara Municipais participem de forma ativa no processo de atração de investimentos e no processo de desenvolvimento do turismo", desafiou a governante.

A comissão instaladora da ATI é presidida pelo ex-embaixador de Cabo Verde na China, Júlio Morais, que promete diversificar as origens, as áreas, os setores e os mercados turísticos de Cabo Verde.

"Tentaremos priorizar a integração, nos quadros e agendas de diálogo de políticas e cooperação com os nossos parceiros de desenvolvimento, meios adaptados de financiamento dos investimentos da nossa agenda de transformação, envolvendo as empresas e com recursos a formas inovadoras de financiamento que não onerem o stock da nossa dívida externa", precisou.

Júlio Morais lembrou que Cabo Verde é um país "altamente dependente de recursos financeiros externos" e que o tratamento diferencial e preferenciado que granjeia deverá terminar a médio prazo, mas espera continuar a contar com todos os parceiros do arquipélago.

A nível interno, prometeu continuar a investir no aprimoramento do ambiente de negócios, transformando-o num fator de competitividade, densificar o diálogo com os parceiros e criar ferramentas e técnicas inovadoras de promoção do turismo.

O presidente da nova agência cabo-verdiana prometeu ainda concentrar esforços e meios na mobilização externa de "mecanismos adaptados e inovadores de financiamento" para as Pequenas e Médias Empresas (PME) cabo-verdianas.

A nova Agência de Turismo e Investimentos de Cabo Verde vai coordenar três centros regionais, o do Norte, que ficará em São Vicente, o centro na ilha do Sal e o Sul em Santiago.

O centro do Sal será coordenado por Débora Abu-Raya e terá jurisdição sobre a Boavista, o de São Vicente será liderado por Gil Costa e irá abranger as ilhas de Santo Antão e São Nicolau, enquanto o centro regional de turismo de Santiago será chefiado por Elisabete Gonçalves e terá ainda jurisdição sobre as ilhas do Maio, Fogo e Brava.

-0- PANA CS/TON 28janeiro2016