Agência Panafricana de Notícias

Aeroportos de Cabo Verde perderam 72 por cento de passageiros em 2020

Praia, Cabo Verde (PANA) - Os aeroportos de Cabo Verde perderam praticamente dois milhões de passageiros (-72 por cento) no espaço de um ano, devido à pandemia dado coronavirus (covid-19), segundo dados oficiais.

De acordo com estes dados divulgados pelo boletim de tráfego da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), em 2020, os aeroportos do arquipélago movimentaram quase 776 mil passageiros e um total de 13 mil aeronaves (-62,6 por cento face a 2019) em voos internacionais e domésticos.

A ASA registou, no ano de 2020, um decréscimo de correios, quando comparados com o mesmo período do ano anterior,  descreve o boletim, justificando o desempenho com as "consequências" da pandemia, que obrigou à suspensão de voos internacionais e nacionais, com uma retoma que "tem sido muito lenta".

Já o número de passageiros em embarques, desembarques e trânsito nos aeroportos do arquipélago foi de 775mil 998 em 2020, o que se traduz em menos um milhão 995 mil 933 passageiros (-72 por cento face a 2019), devido ao encerramento de voos internacionais comerciais desde março (até 12 de outubro último) e domésticos (até 15 de julho) para conter a transmissão da covid-19.

Os voos domésticos movimentaram 249 mil 679 passageiros e os voos internacionais um total 526 mil 319 passageiros (embarque e desembarque).

O Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, a mais turística de Cabo Verde e que tem registado um movimento anual acima de um milhão de passageiros, contou em 2020 com apenas 46 mil 469 pessoas transportadas (embarques e desembarques) em voos internacionais e 261 mil 693 em voos domésticos, totalizando 308 mil 162 passageiros movimentados em todo o ano.

Em 2019, o movimento de passageiros no aeroporto do Sal ascendeu a um milhão 192 mil 828, pelo que no espaço de um ano caiu 72,4 por cento.

No aeroporto do Sal, a TUI Airways foi a principal operadora, com uma quota de 16,1 por cento, mas com uma quebra de 79 por cento face a 2019.

O aeroporto da capital, na Praia, movimentou em 2020 um total de 210mil 362 passageiros, em voos internacionais e domésticos, uma quebra de 67,6 por cento face a 2019.

Neste aeroporto, a portuguesa TAP fechou o ano com uma quota de 59,2 por cento , mas com uma quebra de 61,8 por cento no espaço de um ano.

Cabo Verde tem quatro aeroportos internacionais, nas ilhas de Santiago, do Sal, da Boa Vista e de São Vicente, e três aeródromos, nas ilhas de São Nicolau, Maio e Fogo, todos operados pela ASA.

Por outro lado, a FIR Oceânica do Sal controlou em 2020 uma média de 65 aeronaves por dia, em passagem no espaço aéreo gerido por Cabo Verde, quase menos 60por cento  face a 2019.

De acordo com um boletim de tráfego aéreo, Cabo Verde controlou (sobrevoos) um total de 23 mil 783 aeronaves em 2020, contra as 58 mil 345 em 2019 (-59,2 por cento).

No boletim, a ASA reconhece que, em janeiro e fevereiro últimos, a FIR, cuja gestão é uma das atividades mais rentáveis daquele empresa estatal, “crescia a bom ritmo”, de 8,5 por cento  por mês, face a 2019, mas que, face à pandemia da covid-19 , “verificou-se a partir de março um decréscimo acentuado que se seguiu nos meses seguintes, afetando assim todo o ano de 2020".

“A partir de maio, nota-se uma ligeira melhoria mês após mês, mas ainda assim muito aquém dos primeiros meses, e longe do registado nos meses homólogos de 2019”, reconhece a empresa.

Dezembro foi mesmo o melhor mês após o surgimento da pandemia, com mil 949 sobrevoos controlados pela FIR de Cabo Verde, mas distante dos valores de janeiro e fevereiro, respetivamente cino mil 151 e quatro mil 552 sobrevoos.

O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia da covid-19 em todo o mundo, com fortes limitações à atividade face ao encerramento do espaço aéreo de vários países, na tentativa de conter a progressão da doença.

Os rendimentos da ASA com o setor da navegação aérea cresceram 19 por cento de 2017 para 2018, para dois mil 945 milhões de escudos (26,6 milhões de euros), equivalentes a 43 por cento de todas as receitas da empresa pública, que gere os aeroportos do país, não tendo a empresa divulgado publicamente, até ao momento, os resultados de 2020.

-0- PANA CS/DD 17fev2021