Agência Panafricana de Notícias

79 mortos e 141 feridos em confrontos no leste da Líbia

Benghazi, Líbia (PANA) – Pelo menos 79 pessoas morreram e 141 outras ficaram feridas em confrontos sexta-feira entre milícias islamitas e tropas dum general aposentado, na cidade de Benghazi (leste), onde incidentes de segurança continuaram até sábado à noite.

A Televisão líbia indicou domingo que vários incidentes foram registados sábado à noite em diferentes zonas da cidade de Benghazi, onde foram encontrados vários corpos de pessoas abatidas a tiro alguns dos quais calcinados.

Um dos líderes do grupo salafista Ansar Asharia morreu, quando um engenho explosivo atingiu a sede duma estação de rádio islamita, segundo fontes de segurança.

Pontos de controlo de segurança foram igualmente visados pelos disparos de foguetes RPG-7 e pela explosão de um engenho, o que obrigou ao desdobramento de tropas do Exército e forças de segurança nas artérias da cidade.

O encerramento do aeroporto da cidade de Benghazi foi prorrogado por 48 horas, segundo o seu diretor, que justificou esta medida pelas ameaças contra as áreas de descolagem e de aterragem dos aviões que se situam perto do palco dos confrontos entre os grupos armados islamitas e forças paramilitares lideradas pelo general reformado Khalifa Haftar.

O presidente do Congresso Nacional Geral (CNG, Parlamento), Nouri Abousahmein, afirmou sábado à noite que os militares que participaram nos confrontos deploráveis de Benghazi, são «criminosos e golpistas » contra a revolução de 17 fevereiro, e ordenou as suas detenções.

Khalifa Hafter, que participou na revolução líbia de fevereiro de 2011 à frente de unidades da então rebelião contra o regime de Muamar Kadafi, negou sábado à noite qualquer intenção de perpetrar um golpe de Estado e tomar o poder.

"A operação 'Combate pela Dignidade' não é um golpe de Estado nem uma vontade de aceder ao poder muito menos de atrasar o processo democrático escolhido pelos Líbios", sublinhou num comunicado.

Ele acrescentou que esta operação foi em resposta a um apelo do povo e do Exército para defender a dignidade do povo e preservar a vida dos oficiais e soldados, e acusou uma parte do poder de estar em conivência com o terrorismo.

Em fevereiro último, ele esteve no centro das atenções quando denunciou, nas antenas de alguns órgãos de imprensa, no auge da crise no seio do Governo provisório líbio, um golpe de Estado militar em que ninguém acreditou.

O Conselho Local de Benghazi, exortou, do seu lado, os protagonistas à moderação e a recorrer à razão a fim de poupar a cidade dos sofrimentos da guerra.

No seu comunicado, o Conselho apelou aos líderes de tribos, aos anciãos e aos dignitários para intervir com vista a evitar o derramamento de sangue na cidade.

O porta-voz das tropas do general Haftar, Mohamed Al-Hijazi, pediu aos habitantes dos bairros periféricos de Benhazi onde ocorreram os confrontos que evacuassem as suas casas ou que as mantivessem encerradas em previsão de uma nova ofensiva.

O Estado-Maior do Exército proibiu, por sua vez, qualquer sobrevoo por aviões do espaço aéreo da cidade de Benghazi, advertindo que as unidades do Exército abaterão qualquer avião militar que sobrevoar a cidade.

A ofensiva lançada sexta-feira por tropas de Khalifa Hafter foi apoiada por oficiais dos diferentes ramos das Forças Armadas na região oriental, indignados pelas séries de assassinatos que visam os militares e polícias na região, nomeadamente em Benghazi.

Aviões bombardearam algumas zonas dos grupos islamitas radicais dos quais Ansar Asharia, acusados de estar implicados na onda de violência na cidade.

-0- PANA BYJSG/FK/IZ 18maio2014