Agência Panafricana de Notícias

ONU advoga soluções pacíficas para tensões eleitorais no Burundi

Genebra, Suíça (PANA) – A Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre o Burundi apela a todas as partes abrangidas para se esforçarem a fim de resolverem pacificamente as tensões ligadas às próximas eleições presidenciais, legislativas e autárquicas, a 20 de maio corrente no país. 

Nesta perspetiva, membros desta Comissão declararam, num comunicado publicado quinta-feira última, em Genebra (Suíça), que o processo eleitoral no Burundi é marcado por confrontos violentos entre membros dos partidos políticos em competição.

Numerosos opositores políticos foram igualmente detidos, "enquanto pessoas próximas do regime no poder continuam a gozar duma impunidade quase total depois de cometerem seus abusos.”

A Comissão receia que a violência e a “intolerância política” desencadeiem um novo ciclo de confrontos mais graves ainda.

«Exortamos o Governo do Burundi a erradicar imediatamente esta espiral de violência, tomando medidas necessárias para garantir o respeito e a proteção das liberdades públicas e pôr termo à impunidade de que beneficiam autores de atos de violência, alguns dos quais com um alto nível de responsabilidade”, indignou-se o presidente da Comissão, Doudou Diene.

Os membros da Comissão manifestaram igualmente a sua preocupação face à decisão das autoridades de ignorarem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), relativamente ao distânciamento físico para se evitar a propagação da covid-19 durante a campanha eleitoral.

O Burundi somou, até quarta-feira última, 27 casos confirmados de covid-19, dos quais uma morte, segundo dados da OMS.

A Comissão de Inquérito sobre o Burundi foi criada em setembro de 2016 pelo Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Yem como incumbências, entre outras, identificar supostos autores de violações dos direitos humanos e de atentados contra estes direitos, cometidos no país, a fim de fazer respeitar plenamente o princípio de responsabilidade.

Os seus membros não são agentes das Nações Unidas nem são pagos pela organização, refere-se.

-0- PANA MA/NFB/JSG/MAR/DD 15maio2020